Qual o contexto?

Ainda não há estudos robustos que comparem diretamente diferentes estratégias para descontinuação bem-sucedida de glicocorticoides em pacientes com artrite reumatoide (AR) em baixa atividade da doença (BAD). Para avaliar essa questão, este estudo randomizado comparou a substituição por hidrocortisona com a redução gradual da prednisona e demonstrou que a estratégia de substituição não foi superior à redução gradual para alcançar a descontinuação do glicocorticoide.

Como o estudo foi feito?

Foram incluídos 102 pacientes com AR, recebendo glicocorticoides em dose estável de 5 mg/dia por ≥3 meses e em BAD por ≥3 meses. Os participantes foram randomizados para substituição da prednisona por 20 mg/dia de hidrocortisona por 3 meses, seguida de redução para 10 mg/dia por mais 3 meses antes da descontinuação, ou para redução progressiva da prednisona em 1 mg/dia por mês até sua completa retirada, desde que a BAD fosse mantida. O desfecho primário foi a porcentagem de pacientes que atingiram a descontinuação do glicocorticoide em 12 meses. Os resultados mostraram que 29 pacientes (55%) no grupo de substituição por hidrocortisona e 23 pacientes (47%) no grupo de redução gradual da prednisona conseguiram interromper o glicocorticoide (p=0,4), evidenciando que não houve diferença estatisticamente significativa entre as estratégias.

Qual o impacto na prática?

Os achados deste estudo indicam que, em pacientes com AR em BAD, a substituição por hidrocortisona não oferece vantagens em relação à redução gradual da prednisona para a descontinuação bem-sucedida dos glicocorticoides. Assim, a escolha da estratégia deve ser individualizada, considerando a estabilidade da BAD, a tolerância do paciente à redução da dose e eventuais efeitos adversos, garantindo uma retirada segura do medicamento.