Manejo da Artrite Reumatoide com um Aplicativo de Saúde Digital
18 de março de 2025
4 minutos de leitura
● O uso de um aplicativo digital de saúde é mais eficaz do que os cuidados convencionais para alcançar o controle de atividade de doença em pacientes com artrite reumatoide?
● A tecnologia e os aplicativos móveis emergem como ferramentas promissoras no tratamento e monitoramento de doenças crônicas, permitindo o acompanhamento contínuo dos sintomas, a adesão ao tratamento e a comunicação facilitada com os profissionais de saúde. No caso da artrite reumatoide (AR), essas ferramentas podem ajudar os pacientes a monitorar a atividade da doença, registrar dados sobre dor e funcionalidade e receber alertas sobre a necessidade de intervenção médica. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de um sistema inteligente de gestão de doenças em comparação com cuidados convencionais na melhoria da atividade da doença em pacientes com AR.
Ensaio clínico randomizado
Multicêntrico e pragmático (22 hospitais na China)
Duração de 6 meses com extensão até 12 meses
Alocação 1:1 para grupo App e controle tradicional
Necessários 2200 pacientes para 90% de poder do estudo
● Pacientes chineses adultos com diagnóstico de AR incluídos entre 2018 e 2019
Critérios de Inclusão
Idade mínima de 18 anos
Diagnóstico de AR conforme definição EULAR/ACR 2010
Aptidão de utilizar o sistema digital (SSDM) e a participar de consultas clínicas regulares.
Diagnóstico de outras doenças autoimunes ou não reumatológicas que poderiam confundir os resultados.
Doenças graves concomitantes que poderiam impactar o estudo, como doenças malignas ou cardiovasculares não controladas.
Insuficiência renal ou hepática significativa.
Gestação ou lactação.
Uso recente de medicamentos biológicos ou imunossupressores que não seguiam os critérios do protocolo.
Qualquer situação médica ou psicológica que comprometesse a adesão ao estudo ou a segurança do paciente.
Uso de um aplicativo digital para autoavaliação mensal pelos pacientes (SSDM), cujos resultados eram sincronizados com um sistema online para monitoramento e ajuste do tratamento por reumatologistas.
Cuidados convencionais com visitas médicas regulares (sem uso do aplicativo).
● Primário: taxa de pacientes com DAS28-PCR ≤ 3,2 aos 6 meses
● Secundários: remissão definida por outros escores, escalas de qualidade de vida, quantidade de flare de doença, eventos adversos e adesão ao aplicativo.
MasculinoFeminino
Total: 2.197 pacientes (50% grupo intervenção x 50% grupo controle)
Grupo intervenção (n = 1.099) x Grupo controle (n = 1.098)
Sexo feminino: 82,2% x 82,8%
Idade média (anos): 50,7 x 50,2
Tempo de doença (anos): 2,6 x 3,1
DAS28 < 3.2: 37.3% x 37.2%
PCR médio (mg/L): 3,1 x 3,3
As taxas de remissão (DAS28-PCR ≤ 3,2 aos 6 meses) foram maiores no grupo intervenção que no controle tradicional (71,0%, x 64,5%), IC95% = 6,6 (2,7 - 10,4), valor p = 0,001.
A resposta moderada a boa pela EULAR foi superior no grupo SSDM (58,3%) em comparação ao grupo controle (52,8%), com diferença entre grupos de 5,6 (IC95%: 1,4 - 9,8), valor p = 0,01.
Os demais desfechos, incluindo CDAI, SDAI, número de articulações dolorosas e inchadas, remissão Boolean ACR/EULAR e taxa de agudização da doença, foram comparáveis entre os dois grupos, sem diferenças estatisticamente significativas.
Não houve nenhum evento adverso diretamente relacionado à intervenção.
O uso de um aplicativo digital de saúde foi mais eficaz do que os cuidados convencionais para o controle de atividade de doença em pacientes portadores de artrite reumatoide.
Design randomizado e multicêntrico, o que aumenta a validade externa
Amostra satisfatória, permitindo uma análise mais confiável da eficácia do aplicativo digital.
Uso de métricas bem definidas e relevantes, como taxa de remissão medida pelo DAS28-PCR, permitindo avaliação objetiva e precisa.
Limitação da diversidade de população (idade, etnia e características sociodemográficas), o que pode afetar a generalização dos resultados para populações mais heterogêneas.
Pacientes que optaram por participar de um estudo que envolve o uso de tecnologia podem ter características específicas, como maior familiaridade ou interesse em aplicativos de saúde
A eficácia do aplicativo depende da autoavaliação dos pacientes, o que pode ser influenciado por fatores subjetivos.
Avaliação feita por curto prazo (apenas 6 meses).
Autor do conteúdo
Marcos Jacinto
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/manejo-da-artrite-reumatoide-com-um-aplicativo-de-saude-digital
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