Qual o Contexto?

O manejo de pacientes cardiológicos, no cenário de pré-operatório de cirurgias não cardíacas, costuma ser bastante complexo e suscita muitas dúvidas entre cardiologistas. Por isso, para auxílio neste manejo foi lançada, no Congresso Brasileiro de Cardiologia, a Diretriz Brasileira de Avaliação Pré-Operatória 2024.

Resumo da Palestra:

Um dos principais assuntos pontuados na apresentação desta diretriz foi a utilização de biomarcadores para refinamento da estratificação de risco. Valendo ressaltar que a solicitação de biomarcadores é indicada para pacientes com risco cirúrgico intermediário a alto, com idade > 65 anos ou que tenham entre 45 e 64 anos com doença cardiovascular estabelecida ou fator de risco para doenças cardiovasculares. O palestrante relatou que os biomarcadores mais indicados são BNP (que representa um marcador de risco pré-operatório e prognóstico importante, no perfil de pacientes descrito acima) e a troponina ultrassensível (que, se acima do percentil 99 também é marcador de risco pré-operatório e está associada a pior prognóstico a curto, médio e longo prazo). Ambos os marcadores devem ser avaliados em conjunto com o escore pré-operatório de Lee, para que haja uma avaliação pré-operatória minuciosa

Qual o Impacto na Prática?

A troponina ultrassensível e o BNP são 2 marcadores de fácil coleta e acessíveis em boa parte dos centros de saúde. Saber que eles, junto ao escore de Lee, podem refinar a avaliação pré-operatória é fundamental para redução de desfechos negativos em pós-operatório. Assim, de acordo com a Diretriz Brasileira, em pacientes com risco intermediário a alto, com idade > 65 anos ou que tenham entre 45 e 64 anos com doença cardiovascular estabelecida ou fator de risco para doenças cardiovasculares, a solicitação destes marcadores é recomendação classe I (forte).