Qual o Contexto?

Em pacientes diabéticos, na prevenção primária para desfechos cardiovasculares negativos, sempre se deve indicar redução de peso corporal, atividade física regular e ajuste alimentar. No entanto, o momento ideal para início de terapia medicamentosa ainda é duvidoso para a grande maioria dos cardiologistas. Assim, se realizou a discussão sobre o tema no Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Resumo do Tema:

Na prevenção primária de pacientes diabéticos, se LDL ≥ 190mg/dl, a abordagem consiste em investigação de hipercolesterolemia familiar e tratamento intensivo com agentes hipolipemiantes. Para pacientes com idade ≥ 40 anos e LDL < 190mg/dl, inicia-se estatina em doses moderadas, dado que a maioria destes pacientes estará na classificação de risco cardiovascular intermediária ou alta. Esses dados são respaldados por uma metanálise que mostrou que pacientes diabéticos, na faixa etária descrita, tratados com estatinas apresentaram menores taxas de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares (RR 0,75), quando comparados aos que receberam placebo. Em adultos diabéticos entre 20 – 39 anos, com ≥1 fatores de risco adicionais, só se deve iniciar tratamento com estatinas após decisão compartilhada com o paciente, dada a ausência de evidências para esta faixa etária.

Qual o Impacto na Prática?

Devido ao risco cardiovascular, que em geral será intermediário ou alto, dos pacientes diabéticos com idade ≥ 40 anos, é recomendado iniciar terapia com estatinas, para redução do risco de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares negativos, bem como,  para redução de morbidade e mortalidade. Vale ressaltar que também é fundamental que, em associação à terapia hipolipemiante, haja incentivo à atividade física regular, melhora da qualidade alimentar e cessação do tabagismo.