Qual o Contexto?

O status asmático (SA) é uma condição grave de asma refratária que frequentemente exige ventilação mecânica devido à falência respiratória e resistência ao tratamento convencional. Embora agentes anestésicos voláteis, como o sevoflurano, tenham propriedades broncodilatadoras promissoras, sua utilização em unidades de terapia intensiva (UTI) ainda carece de diretrizes ou consenso. Este estudo revisou sistematicamente a literatura disponível para avaliar a eficácia do sevoflurano como terapia de resgate em casos graves de SA.

Como o Estudo Foi Feito?

A revisão incluiu 13 publicações (casos clínicos e séries de casos) envolvendo 18 pacientes adultos com SA tratados com sevoflurano após falha das abordagens convencionais. Os dados foram extraídos de bases como PubMed, EMBASE e Cochrane Library até agosto de 2023. Os pacientes incluídos apresentavam características graves, como acidose respiratória e altas pressões de vias aéreas, frequentemente sob ventilação mecânica invasiva. O sevoflurano foi administrado por estações de anestesia ou dispositivos de conservação anestésica, com concentrações variando de 0,25% a 8%, e duração do tratamento entre 35 minutos e 104 horas. Melhora clínica foi observada em 88,9% dos casos, incluindo redução das pressões de vias aéreas, melhoria da acidose respiratória e condições favoráveis para extubação. Apenas dois pacientes não responderam ao tratamento; um necessitou de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e outro apresentou múltiplas complicações fatais.

Qual o Impacto na Prática?

Este estudo sugere que o sevoflurano pode ser uma alternativa terapêutica eficaz para SA grave refratário, combinando efeitos broncodilatadores rápidos com propriedades anti-inflamatórias. Embora o sevoflurano mostre potencial como terapia de resgate, a evidência disponível é limitada por dados heterogêneos de baixa qualidade. Estudos prospectivos maiores são necessários para estabelecer diretrizes claras para sua utilização em UTIs. Enquanto isso, seu uso deve ser considerado em cenários selecionados, particularmente quando outras intervenções falharem, e deve ser conduzido por equipes experientes para mitigar riscos como hipotensão e complicações metabólicas.