Qual o Contexto?

A oxigenoterapia por pelo menos 15 horas diárias já é comprovadamente eficaz em prolongar a sobrevida de pacientes com hipoxemia grave. Contudo, sem embasamento em estudos randomizados, algumas recomendações sugeriram a oxigenoterapia contínua de 24 horas por dia, um regime mais oneroso e sem benefício adicional comprovado. Este estudo randomizado foi, então, conduzido para avaliar se o uso de oxigênio por 24 horas diárias ofereceria alguma vantagem. Os resultados mostraram que, em pacientes com hipoxemia grave, a oxigenoterapia 24h/dia não melhorou desfechos clínicos em relação ao uso por 15h/dia.

Como o Estudo Foi Feito?

Foram incluídos 241 pacientes com hipoxemia grave em repouso, randomizados em dois grupos: 124 receberam oxigenoterapia por 15 horas diárias e 117 por 24 horas diárias. O desfecho primário foi uma combinação de hospitalização ou morte por qualquer causa em 1 ano.Os resultados indicaram que a oxigenoterapia de 24 horas por dia não foi superior à de 15 horas em reduzir o risco de hospitalização ou morte em 1 ano (p=0,007 para não superioridade). Além disso, não houve diferenças significativas entre os grupos na taxa de hospitalização, mortalidade por qualquer causa ou na ocorrência de eventos adversos.

Qual o Impacto na Prática?

Este estudo randomizado reforça as diretrizes atuais e práticas clínicas vigentes: em pacientes hipoxêmicos graves, a oxigenoterapia contínua de 24h não traz benefícios adicionais sobre o regime de 15h. Assim, a prescrição de oxigênio para este perfil de pacientes deve ser individualizada, considerando sintomas e necessidades clínicas específicas de cada paciente, evitando intervenções desnecessárias e onerando menos o sistema de saúde.