Qual o contexto?

Embora tenham sido relatadas altas taxas de pré-tratamento com inibidor P2Y12 para síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST (SCASST), os padrões de prática contemporâneos dos EUA não são bem estudados. Por isso, realizou-se este estudo que mostrou que há variabilidade significativa no uso de pré-tratamento com inibidor P2Y12 entre pacientes com SCASST, o que pode impactar de forma importante nos desfechos clínicos destes pacientes de alto risco cardiovascular.

Como o estudo foi feito?

Foram analisados dados de 110.148 pacientes consecutivos submetidos à estratégia invasiva precoce para SCASST (angiografia coronária ≤24 horas da chegada) no Registro Nacional de Dados Cardiovasculares de Dor no Peito-Infarto do Miocárdio (IM). Houve grande variação na prescrição entre operadores e instituições, com uma diferença superior a três vezes na chance de receber o pré-tratamento dependendo do hospital ou médico responsável (odds ratio mediana: 3,74 [IC 95%: 3,57-3,91] para operadores e 3,63 [IC 95%: 3,51-3,74] para instituições). A análise de variáveis ​​instrumentais não demonstrou diferenças significativas em morte por todas as causas no hospital, IM recorrente ou sangramento grave com o pré-tratamento. Entretanto, em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, o pré-tratamento foi associado a um maior tempo de internação (11,2 ± 5,1 dias vs 9,8 ± 5,0 dias; P < 0,01)

Qual o impacto na prática?

Os resultados deste estudo sugerem que, ainda há grande variabilidade de prescrição ou não de pré-tratamento com P2Y12 em pacientes com SCASST, o que pode impactar desfechos clínicos, especialmente naqueles submetidos à revascularização miocárdica cirúrgica. Dessa forma, é crucial que existam protocolos institucionais padronizados, visando uniformizar a prescrição da medicação e evitar, em pacientes cirúrgicos, o aumento de tempo de internação hospitalar.