Qual o Contexto? 

A estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) do hemisfério cerebelar está emergindo como uma nova opção de tratamento para o tremor essencial, uma condição debilitante. No entanto, as evidências sobre sua eficácia ainda são conflitantes. Este estudo randomizado, controlado por placebo (sham), investigou a eficácia e a segurança da EMTr de baixa frequência aplicada sobre o córtex cerebelar em pacientes com tremor essencial. Os resultados mostraram que a EMTr foi associada a uma segurança relativa e uma eficácia duradoura no tratamento da condição.

Como o Estudo Foi Feito? 

Foram recrutados 45 pacientes com tremor essencial, que foram randomizados em dois grupos: 23 receberam 12 sessões de EMTr ativa, com 900 pulsos de 1 Hz a 90% do limiar motor de repouso, aplicados diariamente nos hemisférios cerebelares durante 4 semanas. O outro grupo, composto por 22 pacientes, foi submetido a 12 sessões de EMTr placebo (sham). Ambos os grupos foram reavaliados em diversos momentos (1 dia, 1 mês, 2 e 3 meses após o início do tratamento), utilizando a escala Fahn-Tolosa-Marin (FTM) para avaliação do tremor. Os resultados mostraram uma redução significativa nos subescores FTM A e B, além da pontuação total do FTM, no grupo tratado com EMTr ativa. Isso evidenciou uma melhora mais significativa e duradoura no grupo de tratamento real em comparação ao grupo placebo.

Qual o Impacto na Prática? 

O estudo oferece evidências promissoras sobre a eficácia de um tratamento não invasivo para o tremor essencial, uma condição que pode impactar significativamente na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, para que a EMTr seja amplamente adotada na prática clínica, são necessários estudos maiores que avaliem diferentes áreas de estimulação e um tempo de seguimento mais longo para garantir a durabilidade dos efeitos observados.