Qual o Contexto?

O uso da ventilação mecânica invasiva em modo assisto-controlado está associado a mais assincronias, maior lesão muscular e, possivelmente, a um maior tempo de ventilação mecânica. Assim, o estudo BIRDS avaliou se a ventilação no modo Pressão Controlada que permite ventilação espontânea (PC-SV) seria superior ao modo assisto-controlado a volume (ACV). Como resultado, o estudo encontrou que o uso do modo PC-SV reduziu a necessidade de sedação e a necessidade de terapia de resgate para hipoxemia (prona e bloqueio neuromuscular), mas não teve impacto na mortalidade ou no número de dias livres de ventilação mecânica desses pacientes.

Como o Estudo Foi Feito

Foram randomizados 700 pacientes com Síndrome do desconforto respiratório agudo em 22 UTIs na França para receberem ventilação mecânica no modo PC-SV versus ACV. A estratégia de ventilação mecânica protetora foi utilizada em ambos os grupos, e o uso de bloqueadores neuromusculares foi interrompido após 24 horas do início do estudo. Ao final, os pesquisadores observaram que não houve diferença significativa na mortalidade hospitalar ou nos dias livres de ventilação mecânica. Em contrapartida, uso de bloqueio neuromuscular, sedativos e terapia de resgate para hipoxemia foi significativamente menor no grupo PC-SV.

Qual o Impacto na Prática?

Trata-se de um modo pouco utilizado no Brasil, complexo para ajustar no ventilador mecânico e que não mostrou melhora dos desfechos. Assim, por ora, sugere-se manter o cuidado habitual com boas práticas de redução da sedação e manter os pacientes o máximo de tempo possível em modo espontâneo, em associação à ventilação protetora. Essa é a melhor abordagem que podemos oferecer aos pacientes.