Qual o Contexto?

A polimialgia reumática (PMR) é a segunda doença inflamatória reumatológica mais comum em pacientes idosos. A arterite de células gigantes (ACG) é a vasculite sistêmica primária mais prevalente no ocidente. Ambas as doenças — PMR e ACG — são frequentemente discutidas em conjunto, uma vez que a PMR pode preceder, acompanhar ou seguir o diagnóstico de ACG.  Diante do exposto, esse tema foi abordado em palestra ministrada pelo Dr. Carlos Enrique Toro Gutiérrez no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024.

Resumo da Palestra:

O palestrante inicia explicando que o fenótipo clássico da ACG é de acometimento craniano, caracterizado por cefaleia temporal nova em indivíduos idosos, sensibilidade no couro cabeludo, amaurose súbita e claudicação da mandíbula. Esse padrão clínico ocorre em cerca de 88% dos pacientes com ACG. No entanto, apenas 33% dos pacientes apresentam o fenótipo craniano isolado. Em contrapartida, 55% apresentam este associado ao acometimento de grandes vasos, o que amplia o espectro de manifestações clínicas e pode complicar o diagnóstico. Pacientes com ACG que apresentem sintomas constitucionais, como febre e perda de peso, além de sinais compatíveis com PMR e claudicação dos membros superiores, devem ser investigados quanto ao acometimento da aorta torácica e de seus ramos. O envolvimento dos grandes vasos, embora menos específico, pode ocorrer em paralelo aos sintomas da PMR. No entanto, a claudicação dos membros superiores, uma característica importante na ACG, não está presente na PMR. Os reagentes de fase aguda, como VHS e PCR, geralmente estão elevadas em todos os fenótipos. Porém, o Dr. Gutiérrez conclui que é crucial lembrar que valores normais destes testes não excluem o diagnóstico.

Qual o Impacto na Prática?

Na prática, é importante a abordagem clínica ampla e utilização de exames de imagem para melhor identificar as alterações vasculares de maneira precoce e com precisão, considerando as diferenças entre manifestações fenotípicas.