Qual o Contexto? 

A América Latina representa cerca de 3% da carga global de tuberculose (TB), com uma estimativa de 268.000 novos casos por ano, sendo que 33% deles estão no Brasil. A tuberculose infecção, antiga ILTB, é caracterizada pela presença de micobactéria TB viável, associada a uma resposta imune do hospedeiro. Dessa forma, não há sintomas ou sinais sugestivos de doença. Diante do exposto, esse tema foi abordado em palestra ministrada pela Dra. Viviana de Souza no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024.

Resumo da Palestra: 

A palestrante inicia explicando que as novas recomendações brasileiras para o manejo da tuberculose infecção (TBI) em doenças inflamatórias imunomediadas (DIIM) visam reduzir o risco de progressão para TB doença, que ocorre em 5-10% dos casos de TBI não tratada. Pacientes em uso de imunossupressores, especialmente corticoides e anti-TNF, apresentam maior risco. O tratamento deve ser individualizado, considerando o risco epidemiológico, características do paciente e acesso aos recursos de saúde. Todos os pacientes com DIIM que iniciarão tratamento imunossupressor devem ser investigados para TBI e, se indicado, realizar tratamento preventivo (TPT). Em casos de resultado indeterminado no teste IGRA, recomenda-se repetir o teste rapidamente e, se persistir inconclusivo, considerar TPT. A Dra. Souza conclui que para testes TST/IGRA negativos, é recomendada a repetição anual até o terceiro ano de tratamento com TNFi, seguido por vigilância clínica e epidemiológica. Pacientes com histórico de tratamento para TBI/TB não precisam repetir a triagem.

Qual o Impacto na Prática? 

Na prática, as recomendações apresentadas servem para auxiliar no manejo da TBI em pacientes com DIIM. Limitações relacionadas à escassez de evidências robustas em muitas das questões discutidas, destacam a necessidade de mais estudos que avaliem TB e TBI em DIIM.