Qual o Contexto?

A ultrassonografia (USG) tem se consolidado como uma ferramenta complementar ao exame clínico na avaliação da artrite reumatoide (AR), com a capacidade de detectar sinovite e entesite de forma precoce e subclínica. A USG possibilita o monitoramento da inflamação articular e da resposta ao tratamento, sendo uma técnica valiosa tanto para o diagnóstico quanto para o acompanhamento da doença. A definição de escores ultrassonográficos, como o US7 e o MASEI, busca padronizar e quantificar esses achados, auxiliando na tomada de decisões terapêuticas. Diante do exposto, o Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024 realizou o curso pré-congresso sobre métricas para avaliação da sinovite e entesite.

Resumo do Curso:

A USG é mais sensível que o exame clínico na detecção de sinovite, especialmente em fases subclínicas ou em pacientes em remissão clínica, mas com sinais de atividade ultrassonográfica. O uso do power doppler apresenta alta correlação com a progressão do dano estrutural na AR, e a avaliação da entesite também é relevante em espondiloartrites, principalmente na presença de doppler positivo e/ou erosão adjacente, utilizando escores como o MASEI. Os palestrantes concluem que, apesar de estudos como TaSER e ARCTIC não mostrarem impacto clínico no uso rotineiro do USG, ele se mostra útil em situações de incerteza diagnóstica e na predição da evolução da doença.

Qual o Impacto na Prática?

O uso da USG melhora a acurácia do diagnóstico diferencial e o manejo de pacientes com AR e espondiloartrites. Embora sua aplicação rotineira ainda seja debatida, a técnica pode otimizar a decisão terapêutica, especialmente em casos complexos. O US7 e o MASEI são ferramentas úteis, mas seu uso deve ser ajustado às especificidades individuais de cada paciente.

Texto elaborado por Lucas Andrade - Reumatologia USP-SP