Qual o Contexto?

Embora a gota seja a forma mais prevalente de artrite microcristalina, a doença por pirofosfato de cálcio (DPFC) e, de forma menos comum, a doença por fosfato básico de cálcio (DFBC) são pouco diagnosticadas e tratadas por reumatologistas. Diante do exposto, esse tema foi abordado pelo Dr. Geraldo da Rocha Castelar no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024. 

Qual o Resumo da Palestra?

O palestrante inicia destacando que, atualmente, não há medicamentos capazes de prevenir a deposição ou dissolver cristais de pirofosfato de cálcio. O tratamento da Doença por Deposição de Cristais de Pirofosfato de Cálcio é baseado em evidências limitadas e segue abordagens usadas para crises agudas de gota. Em crises de artrite aguda por PFC, recomenda-se repouso e compressas de gelo por 2 a 3 dias, além de analgésicos, AINEs, colchicina, corticoides sistêmicos, inibidores da IL-1β e infiltração intra-articular com corticoides. Para artropatia crônica associada a cristais de PFC, o tratamento inclui moduladores da dor (como duloxetina) e DMARDs, como hidroxicloroquina, metotrexato e tocilizumabe, embora com eficácia limitada. Já na doença por cristais de fosfato básico de cálcio, tendinopatias e periartrites calcáreas respondem geralmente a repouso, AINEs e cinesioterapia da cintura escapular. Infiltrações com corticoides são controversas, e casos refratários podem exigir barbotagem, terapia por ondas de choque ou cirurgia. O Dr. Castelar finaliza explicando que em quadros crônicos, a evolução assemelha-se à osteoartrite, com progressão mais rápida para estágios avançados.

Qual o Impacto na Prática?

Na prática, devido à compreensão ainda limitada dos mecanismos fisiopatológicos dessas condições, o tratamento permanece focado no alívio sintomático. No entanto, é essencial que os reumatologistas considerem essas patologias como diagnósticos diferenciais.