Qual o Contexto? 

O acometimento pulmonar na artrite reumatoide (AR) se manifesta através da doença intersticial, da doença de via aérea, dos nódulos reumatoides, da toxicidade pulmonar a drogas e outros, como pleurite e quilotórax. A doença pulmonar intersticial (DPI-AR) tem uma prevalência variável, com 10% dos pacientes tendo comprometimento pulmonar clinicamente significativo e representando a segunda causa de óbito na doença. Diante do exposto, esse tema foi abordado em palestra ministrada pela Dra. Karina Bonfiglioli no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024.

Resumo da Palestra: 

A palestrante inicia destacando que os principais fatores de risco para Doença Pulmonar Intersticial Associada à Artrite Reumatoide (DPI-AR) incluem componentes genéticos (HLA-DR4, HLA-B40, HLA-B54, HLA-DRB1*1501 e *1502 e polimorfismo MUC5B), positividade dos autoanticorpos (FR e ACPA), exposição a tabagismo e sílica, idade, tempo de doença, gênero masculino e atividade da AR. A TCAR é recomendada para pacientes com sintomas pulmonares, como crepitação em "velcro", tosse crônica, dispneia e histórico de infecções respiratórias recorrentes. O fenótipo progressivo da DPI é definido pelo declínio significativo da CVF e DLCO em até 24 meses, associado a piora da fibrose na TCAR ou dos sintomas respiratórios. Para finalizar, a Dra. Bonfiglioli destaca que o tratamento deve levar em conta a atividade articular, a extensão e padrão da DPI (fibrosante ou inflamatório), e a progressão da doença. Em casos de PINE, considera-se glicocorticóides, micofenolato de mofetila, abatacept e rituximabe, enquanto em PIU, antifibróticos e terapias direcionadas para AR são indicados.

Qual o Impacto na Prática? 

Na prática, deve-se considerar para a escolha medicamentosa: o nível de atividade articular, a extensão da DPI, o padrão da DPI – fibrosante ou inflamatório, se a doença é progressiva, o risco infeccioso e a contraindicação a alguma classe de droga.