Qual o Contexto? 

EULAR de 2023 fez recomendações em relação ao uso da imagem no diagnóstico das artropatias induzidas por cristais na prática clínica.  Diante do exposto, esse tema foi abordado pelo Dr. Henrique Pereira Sampaio no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024. 

Resumo da Palestra: 

O palestrante inicia explicando que na gota o ultrassom (USG) e a tomografia computadorizada de dupla energia (DECT) são as modalidades de imagem preferenciais para identificar depósitos de cristais de monourato de sódio. Quando essas técnicas confirmam a presença de cristais, a análise do líquido sinovial pode ser dispensada. A radiografia tem papel limitado no diagnóstico precoce, sendo útil apenas para avaliar erosões estruturais mais avançadas. No USG, são visíveis lesões como duplo contorno, tofos, agregados e erosões. A DECT, embora ofereça sensibilidade e especificidade semelhantes ao USG, tem maior custo, menor acessibilidade e expõe à radiação, sendo preferível em casos atípicos ou acometimentos axiais. No diagnóstico da condrocalcinose por cristais de pirofosfato de cálcio (CCPD), a radiografia e o USG são recomendados. O Dr. Sampario destaca que o USG é mais sensível que o RX para detectar depósitos cristalinos hiperecogênicos na cartilagem, enquanto a DECT pode diferenciar cristais de CCPD de outros tipos, como fosfato básico de cálcio, usando o índice de energia dupla (DEI) - cristais de CCPD (0,016-0,036) e cristais de fosfato básico de cálcio (> 0,036).

Qual o Impacto na Prática? 

Na prática, a visualização dos cristais no líquido sinovial continua sendo o padrão-ouro para o diagnóstico das artropatias microcristalinas. Contudo, a artrocentese nem sempre é possível ou necessária, e o surgimento e aprimoramento de novas técnicas de imagem consistem em métodos diagnósticos alternativos.