Qual o Contexto?

A hipotensão é um importante problema clínico em insuficiência cardíaca (IC). No entanto, ainda é necessário avaliar a associação entre a hipotensão (assintomática ou sintomática) e desfechos clínicos. Por isso, realizou-se esta análise post-hoc do estudo PARADIGM-HF que mostrou que apesar de tanto a hipotensão assintomática como a sintomática durante o tratamento com sacubitril/valsartan terem sido associadas a piores desfechos, os benefícios do sacubitril/valsartan foram mantidos ou mesmo aumentados.

Como o Estudo Foi Feito?

Dentre os 8399 pacientes do estudo PARADIGM-HF, 1343 (16%) apresentaram hipotensão assintomática e 936 (11,1%) apresentaram hipotensão sintomática, pelo menos uma vez após a randomização. Os pacientes que apresentaram ambos os tipos de hipotensão estavam sob maior risco de todos os desfechos avaliados.  No entanto, o efeito do sacubitril/valsartana sobre o desfecho primário do estudo (morte cardiovascular ou hospitalização por IC) não foi diminuído em pacientes com hipotensão, quando comparados àqueles que não tiveram (p=0,01). A segurança do sacubitril/valsartana também foi mantida, apesar da ocorrência de hipotensão.

Qual o Impacto na Prática?

Esta análise secundária sugere que, apesar de ser importante evitar hipotensão, no perfil de pacientes avaliado, caso ela ocorra, não se deve realizar suspensão rotineira do sacubitril/valsartana, devido ao benefício clínico comprovado. De acordo com as recomendações mais atuais, deve-se, em caso de hipotensão sintomática, reduzir outras drogas não modificadoras de mortalidade, como diuréticos de alça, manter sacubitril/valsartana e seguir paciente de forma regular, para avaliação de sintomas.