Qual o Contexto?

Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) enfrentam desafios terapêuticos significativos, especialmente no manejo da congestão, uma das principais características da condição. Diversos tratamentos intervencionistas têm sido testados, mas até o momento nenhum demonstrou eficácia consistente. Este estudo randomizado avaliou a ablação do nervo esplâncnico maior como uma abordagem terapêutica, demonstrando que ela não reduziu o pico de pressão capilar pulmonar durante o exercício nem melhorou os desfechos clínicos em 12 meses.

Como o Estudo Foi Feito?

Foram incluídos 90 pacientes com ICFEP, fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥40% e pico de pressão capilar pulmonar (PCWP) ≥25 mm Hg, medido invasivamente durante o exercício. Os pacientes foram randomizados para ablação do nervo esplâncnico maior ou um procedimento controle (placebo). O desfecho primário de eficácia foi a redução do PCWP durante o exercício em 1 mês, e o desfecho primário de segurança foi a incidência de eventos adversos graves relacionados ao dispositivo ou procedimento também em 1 mês.

Os resultados mostraram que o desfecho primário de eficácia não apresentou diferença significativa entre os grupos e de forma semelhante, não houve diferença estatisticamente significativa nos eventos adversos graves entre os grupos de tratamento (6,8%) e placebo (2,2%). Esses achados indicam que a ablação do nervo esplâncnico maior não melhora significativamente a capacidade funcional ou os desfechos clínicos em pacientes com ICFEP.

Qual o Impacto na Prática?

Este estudo reforça que, até o momento, não há evidências de que intervenções invasivas ofereçam benefícios em termos de capacidade funcional ou desfechos clínicos em pacientes com ICFEP. Assim, o manejo deve seguir as diretrizes atuais, que recomendam foco no tratamento medicamentoso, incluindo inibidores de SGLT2 e diuréticos para controle de congestão, controle de fatores de risco como obesidade, incentivo à prática de atividade física e promoção de hábitos saudáveis.