Qual o contexto?

A tiamina e o ácido ascórbico foram propostos para mitigar as consequências devastadoras da sepse e do choque séptico. Até o momento, ensaios clínicos randomizados não conseguiram demonstrar o benefício dessas terapias e suspeita-se de heterogeneidade no efeito do tratamento. Por isso, realizou-se esta coorte retrospectiva que mostrou que a combinação descrita não apresenta eficácia em pacientes críticos.

Como o estudo foi feito?

Foram incluídos pacientes adultos internados na UTI com sepse ou choque séptico entre janeiro de 2012 e agosto de 2022. Os grupos de pacientes foram identificados por meio de análise de variáveis com base em variáveis ​​demográficas e fisiológicas obtidas até 24 horas após a admissão. Então, comparou-se a mortalidade hospitalar entre pacientes que receberam tratamento padrão (controle), tratamento padrão mais B1 (grupo B1) e tratamento padrão mais uma combinação de tiamina e ácido ascórbico (AA + grupo B1). Seus resultados mostraram que a combinação de tiamina e ácido ascórbico não foi associada à redução da mortalidade em nenhum grupo de pacientes, mas aumentou mortalidade em idosos com múltiplas comorbidades (HR para mortalidade 2,77 [1.21,6.36], p = 0.016).

Qual o impacto na prática?

Os achados desta coorte sugerem que a combinação de ácido ascórbico + tiamina não melhora mortalidade em pacientes críticos e está associada à aumento desta variável em idosos. Dessa forma, corroboram com os guidelines atuais que recomendam a não utilização desta combinação em pacientes críticos, devido à falta de eficácia comprovada.