Qual o Contexto? 

Estudos comparando o cateter nasal de alto fluxo (CNAF) com ventilação não-invasiva (VNI) como tratamento em descompensações agudas de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), em pacientes com falência respiratória hipercápnica aguda-moderada, são limitados. Este estudo aberto e randomizado foi realizado para avaliar essa questão, mostrando que o CNAF foi inferior à VNI e resultou em maior falha de tratamento quando usado como suporte respiratório inicial nos pacientes estudados.

Como o Estudo Foi Feito? 

Entre março de 2018 e dezembro de 2022, 225 pacientes diagnosticados com DPOC, com pH basal em gasometria arterial entre 7,25 e 7,35 e paCO2 ≥ 50 mmHg, admitidos em um hospital acadêmico terciário, foram randomizados em dois grupos: 113 pacientes receberam CNAF e 112 pacientes receberam VNI. O desfecho primário foi a taxa de falha de tratamento, definida como intubação endotraqueal ou mudança para outra modalidade de tratamento do estudo. Os desfechos secundários incluíram taxas de intubação ou mudança de tratamento, valores de gasometria arterial, sinais vitais em 1, 12 e 48 horas, mortalidade em 28 dias, além de tempo de permanência na UTI e no hospital. Os resultados mostraram que as taxas de falha de tratamento foram maiores no grupo submetido ao CNAF, enquanto os desfechos secundários não apresentaram diferenças estatísticas significativas entre os grupos.

Qual o Impacto na Prática? 

Apesar de limitações, como a avaliação de pacientes com DPOC de apenas um hospital, este estudo levanta questões sobre a eficácia do CNAF em comparação com a VNI, em pacientes com falência respiratória hipercápnica aguda-moderada. Devido à variabilidade das evidências, são necessários estudos randomizados, duplo-cego e com um maior número de participantes para definir qual das duas estratégias (CNAF vs. VNI) é mais eficaz no tratamento de pacientes com DPOC nesse contexto. Até que mais evidências estejam disponíveis, os clínicos devem continuar a usar a VNI como o tratamento de primeira linha, mantendo a cautela ao considerar o CNAF para esses pacientes.