Qual o Contexto?

Pacientes com doenças autoimunes reumáticas enfrentam riscos elevados de complicações após infecções virais, incluindo o COVID-19. No entanto, a incidência e as manifestações das sequelas pós-infecção aguda nessa população imunossuprimida permanecem pouco estudadas. Este estudo de coorte prospectiva buscou identificar a frequência dessas sequelas e suas associações com fatores como vacinação e reinfecções. Os achados sugerem que um número considerável de pacientes desenvolveu sintomas persistentes após a infecção, principalmente no âmbito neurológico e psicológico.

Como o Estudo Foi Feito?

Pacientes adultos portadores de doenças autoimunes foram recrutados. Pesquisas em série avaliaram o estado de vacinação, a incidência de infecção por COVID-19 e os surtos de doenças. Os participantes que relataram infecção por COVID-19 receberam um questionário que avaliou a duração dos sintomas, gravidade e efeito na qualidade de vida. As sequelas pós-infecção aguda foram definidas como a presença de ≥ 1 sintoma persistindo por mais de 12 semanas. Os resultados mostraram que 29,8% dos pacientes relataram sequelas pós-infecção aguda por COVID-19. O domínio de sintomas mais relatado foi o neurológico/psicológico (83,1%), e 84% dos participantes reportaram um efeito negativo sobre a qualidade de vida. Além disso, pacientes com sequelas pós-infecção aguda por COVID-19 reportaram um menor número de vacinação (p<0,001) e mais reinfecções (p=0,004). 

Qual o Impacto na Prática?

Os achados desta coorte sugerem que, especialmente na população de pacientes com doenças autoimunes e imunossuprimidos, é crucial a prescrição e o incentivo à vacinação. Isso porque, quando não vacinados, esses pacientes apresentaram  maior chance de desenvolver sequelas pós-infecção aguda por COVID-19, o que pode impactar negativamente a qualidade de vida.