Qual o Contexto? 

A associação entre profilaxia antibiótica e endocardite infecciosa após procedimento dentário invasivo ainda não é clara, especialmente após as diretrizes de 2007 terem restringido as indicações para profilaxia. Este estudo realizou uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a eficácia da profilaxia antibiótica em reduzir o risco de endocardite infecciosa em pacientes submetidos a procedimentos dentários invasivos.

Como o Estudo Foi Feito? 

Foram pesquisadas bases de dados como PubMed, Cochrane-CENTRAL, Scopus, Web of Science, Proquest, Embase, Dentistry and Oral Sciences Source e ClinicalTrials.gov, sendo incluídos 30 estudos: 8 estudos caso-controle/cruzados, de coorte ou séries de casos autocontrolados e 22 estudos de tendência temporal. O desfecho de interesse era a incidência de endocardite infecciosa após procedimento dentário invasivo em relação à profilaxia antibiótica. Os resultados mostraram que, enquanto os estudos de tendência temporal foram inconsistentes, os estudos caso-controle/cruzados, de coorte e séries de casos autocontrolados indicaram que a profilaxia antibiótica foi associada à redução do risco de endocardite infecciosa em pacientes de alto risco, sem associação comprovada para aqueles de risco baixo ou desconhecido.

Qual o Impacto na Prática? 

Esta metanálise corrobora as recomendações das diretrizes e prática clínica: em pacientes de alto risco para endocardite infecciosa, a profilaxia antibiótica após procedimentos dentários invasivos é fortemente indicada. Para pacientes de risco baixo ou desconhecido, não há evidência que justifique essa prática. Em pacientes que não se enquadram claramente em nenhum dos dois critérios (alto ou baixo risco), a decisão sobre a profilaxia antibiótica deve ser individualizada, considerando-se as características clínicas de cada paciente.