Confira:

Recife - PE. 13 de Outubro de 2024. No CBEM 2024 foram debatidas as novidades para o tratamento da osteoporose. Pesquisadores reforçaram a importância dos osteoformadores como agentes terapêuticos de primeira linha em casos de alto risco de fratura, oferecendo um arsenal mais eficaz para a prevenção de fraturas e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Osteoformadores: A Primeira Linha de Defesa Contra Fraturas

A teriparatida e o romosozumabe são medicamentos que estimulam a formação de novo osso, sendo especialmente indicados em situações de alto risco de fratura. As novas diretrizes definem como alto risco de fratura:

• Risco iminente: Pacientes com alta probabilidade de fratura nos próximos 12-24 meses.

• Muito alto risco: Pacientes com fraturas recentes, múltiplas fraturas, baixo T-score ou FRAX elevado.

Em casos de falha terapêutica com outros medicamentos ou quando o objetivo de aumentar a densidade mineral óssea (DMO) não é alcançado com as terapias convencionais, os osteoformadores também são indicados como segunda linha de tratamento.

Personalizando o Tratamento

As diretrizes enfatizam a importância de individualizar o tratamento, considerando o perfil de risco de cada paciente e os objetivos terapêuticos. A escolha do osteoformador ideal dependerá do T-score inicial, da probabilidade de atingir o alvo terapêutico e da presença de comorbidades.

A Dra. Bárbara Campolina Carvalho Silva, presidente do departamento ósseo e mineral da SBEM, ressalta:

"O aumento de DMO reduz o risco de fraturas, não deve-se olhar apenas a ocorrência de fratura como desfecho no tratamento da osteoporose". 

Os Osteoformadores Disponíveis no Brasil:

Atualmente, no Brasil, estão disponíveis a teriparatida e o romosozumabe. A teriparatida, um análogo do hormônio paratireóideo, estimula a formação óssea e a reabsorção óssea, com um efeito líquido anabólico. O romosozumabe, por sua vez, é um anticorpo monoclonal que inibe a esclerostina, aumentando a formação óssea e reduzindo a reabsorção. Ambos os medicamentos apresentam eficácia na prevenção de fraturas, mas possuem diferentes mecanismos de ação e perfis de segurança.

Próximos Passos:

As novas diretrizes representam um avanço significativo no tratamento da osteoporose, mas ainda há desafios a serem superados. São necessários mais estudos para avaliar a longo prazo os efeitos dos osteoformadores e para identificar novos biomarcadores que possam auxiliar na monitorização da resposta ao tratamento. Além disso, é fundamental ampliar o acesso aos osteoformadores no Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo que todos os pacientes que necessitam desse tratamento tenham acesso a ele.

Por fim…

A principal novidade apresentada foi a abordagem mais personalizada e eficaz para a prevenção de fraturas. Ao identificar os pacientes de alto risco e oferecer um tratamento precoce e adequado, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes e reduzir os custos associados às fraturas osteoporóticas.

Referências:

• Cosman F, Lewiecki EM, Eastell R, et al. Goal-directed osteoporosis treatment: ASBMR/BHOF task force position statement 2024. J Bone Miner Res. 2024;39(10):1393-1405. doi:10.1093/jbmr/zjae119
• Lewiecki EM. Operationalizing Treat-to-Target for Osteoporosis. Endocrinol Metab (Seoul). 2021;36(2):270-278. doi:10.3803/EnM.2021.970
• Tabacco G, Bilezikian JP. Osteoanabolic and dual action drugs. Br J Clin Pharmacol. 2019;85(6):1084-1094. doi:10.1111/bcp.13766