Qual o Contexto?

A resistência à insulina na infância é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e comorbidades associadas mais tarde na vida. Estudos em adultos indicam que a resistência à insulina afeta funções cerebrais relacionadas ao comportamento alimentar e ao controle metabólico. No entanto, a relação entre a atividade cerebral relacionada a sinais alimentares e a sensibilidade periférica à insulina em crianças não é bem compreendida. Diante disso, esse tema foi abordado pelo Dr. Lorenzo Semeia durante sua palestra no evento da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD) 2024.

Resumo da Palestra:

O palestrante inicia explicando que seu estudo incluiu 53 crianças (36 meninas), com idades entre 7 e 11 anos, e avaliou a sensibilidade periférica à insulina (SPI) por meio de um teste de tolerância à glicose oral. Utilizando ressonância magnética funcional, foram medidas as respostas cerebrais antes e depois da ingestão de glicose. A atividade cerebral e a conectividade funcional durante uma tarefa de sinais alimentares, que envolvia imagens de alimentos com alta caloria e imagens de não-alimentos, foram comparadas entre crianças com SPI baixo e alto. O Dr. Semeia conclui que crianças com resistência à insulina apresentam padrões distintos de conectividade cerebral, especialmente na ínsula, uma região importante para processos gustativos e de recompensa. Quando expostas a estímulos alimentares de alta caloria, essas crianças demonstraram uma comunicação mais forte entre a ínsula e regiões de recompensa, mas uma comunicação menor com regiões cognitivas.

Qual o Impacto na Prática?

Na prática clínica, essas diferenças de comunicação entre a ínsula e regiões de recompensa podem influenciar o comportamento alimentar e aumentar o risco de obesidade e diabetes no futuro.