Qual o Contexto?

Estudos sugerem que a ventilação não invasiva (VNI) alternada com cateter de alto fluxo (CNAF) pode prevenir insuficiência respiratória pós-extubação (IRPE), mas faltavam dados definitivos. Este estudo randomizado mostrou que a VNI profilática alternada com CNAF reduziu significativamente a IRPE em pacientes sem DPOC e com alto risco de falha na extubação. Contudo, essa estratégia não diminuiu as taxas de reintubação ou mortalidade.

Como o Estudo Foi Feito?

Foram incluídos 227 pacientes em ventilação mecânica (VM), sem DPOC, e com alto risco de IRPE, definido por escore de ultrassom pulmonar (LUS) ≥14 durante o teste de respiração espontânea. O grupo intervenção recebeu VNI alternada com CNAF por 48 horas após a extubação, enquanto o grupo controle usou oxigênio convencional. O desfecho primário foi a incidência de IRPE em até 48 horas. Os resultados demonstraram que a taxa de IRPE foi significativamente menor no grupo intervenção comparado ao grupo controle [RR 0,52 (0,31–0,88); p=0,01], com benefício sustentado até o sétimo dia. No entanto, a estratégia não reduziu a falha de desmame que levou à reconexão à ventilação mecânica.

Qual o Impacto na Prática?

A VNI alternada com CNAF mostrou eficácia em reduzir IRPE em pacientes sem DPOC com alto risco de falha de extubação, mas não impactou na reintubação. Assim, medidas como controle de secreções das vias aéreas, fisioterapia respiratória e motora intensiva, suporte nutricional adequado e vigilância para infecções como pneumonia associada à ventilação mecânica permanecem essenciais para reduzir complicações e melhorar desfechos.