Ventilação Não Invasiva de Alta Intensidade Melhora Desfechos na DPOC?
27 de dezembro de 2024
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A ventilação não invasiva com pressão positiva (VNIPP) é amplamente utilizada no manejo da exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). No entanto, o impacto da VNIPP de alta intensidade na necessidade de intubação endotraqueal (IOT) em pacientes com DPOC exacerbada ainda não havia sido definido. Este estudo randomizado mostrou que, em pacientes com DPOC exacerbada, o uso de VNIPP de alta intensidade não apresentou diferença significativa nas taxas de IOT em comparação com a VNIPP de baixa intensidade.
Participaram 300 pacientes com exacerbação aguda de DPOC e hipercapnia persistente (PaCO2 > 45 mm Hg) após receberem 6 horas iniciais de VNIPP de baixa intensidade.
Os pacientes foram randomizados em proporção 1:1 para dois grupos:
VNIPP de alta intensidade: pressão positiva inspiratória ajustada para obter um volume corrente entre 10 mL/kg e 15 mL/kg do peso corporal previsto.
VNIPP de baixa intensidade: pressão positiva inspiratória ajustada para um volume corrente entre 6 mL/kg e 10 mL/kg do peso corporal previsto.
Pacientes no grupo de baixa intensidade que atingiram critérios pré-estabelecidos para IOT foram autorizados a fazer crossover para VNIPP de alta intensidade. O desfecho primário foi a necessidade de IOT durante a internação, definida por critérios específicos.
A análise revelou que 4,8% dos pacientes no grupo de alta intensidade atenderam aos critérios para IOT, comparados a 13,7% no grupo de baixa intensidade (p unilateral = 0,004). Contudo, a taxa final de IOT, que reflete os pacientes efetivamente intubados, não diferiu significativamente entre os grupos (p = 0,81).
O estudo mostrou que, embora os pacientes submetidos à VNIPP de alta intensidade tenham sido significativamente menos propensos a preencher critérios pré-estabelecidos para intubação endotraqueal (IOT) em comparação àqueles no grupo de baixa intensidade, as taxas finais de intubação não diferiram significativamente entre os grupos. Essa aparente contradição pode ser explicada pelo fato de que os pacientes do grupo de baixa intensidade que atenderam aos critérios para IOT foram autorizados a fazer crossover para alta intensidade, o que provavelmente reduziu o número de intubações no grupo de baixa intensidade.
Na prática clínica, isso sugere que a estratégia de alta intensidade pode ser vantajosa para retardar ou evitar a progressão para IOT em pacientes com DPOC exacerbada e hipercapnia. Contudo, independentemente da intensidade inicial da VNIPP, é essencial priorizar intervenções que comprovadamente reduzem complicações e taxas de intubação, como higiene bucal rigorosa, manejo adequado das vias aéreas, mobilização precoce e minimização do tempo de internação em Terapia Intensiva.
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ventilacao-nao-invasiva-de-alta-intensidade-melhora-desfechos-na-dpoc
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