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    Um Novo Olhar para a Doença Hepática Gordurosa

    15 de outubro de 2024

    3 minutos de leitura

    Confira:

    Recife - PE, 13 de Outubro de 2024. Os especialistas destacaram, em relevante debate sobre a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), a importância do diagnóstico precoce e do tratamento dessa condição, que se mostra cada vez mais prevalente e associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e hepáticas crônicas.

    O professor João Eduardo Salles e o Dr. Fábio Marinho, renomados especialistas na área, apresentaram dados atualizados, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais abrangente e personalizada para esses pacientes.

    A MASLD é uma condição complexa que pode levar a complicações sérias como cirrose e câncer de fígado. A resistência à insulina, mesmo em indivíduos sem obesidade, pode agravar a doença. É fundamental diferenciar a esteatose hepática de outras causas, como o consumo excessivo de álcool ou doenças genéticas como a hemocromatose.

    Para avaliar o risco de progressão da doença, o índice FIB-4 é uma ferramenta útil, considerando fatores como idade, enzimas hepáticas e contagem de plaquetas. Em casos de alto risco, a elastografia é utilizada para avaliar a fibrose hepática.

    A Importância da Obesidade Visceral

    Um dos pontos-chave da apresentação foi a importância da obesidade visceral, medida pela circunferência abdominal, como um fator de risco independente para o desenvolvimento da MASLD. Os especialistas destacaram que a deposição de gordura nessa região está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e hepáticas, independentemente do índice de massa corporal (IMC).

    Segundo o Professor João Eduardo Salles, dentro da obesidade o IMC passa a ser só mais um número: 

    “O mais importante é o número de comorbidades associadas, circunferência abdominal, de quadril e cervical, para que possamos fazer uma classificação de risco mais apropriada do paciente".

    Diagnóstico e Estadiamento

    O diagnóstico da MASLD deve ser realizado através de exames de imagem, como a elastografia, que permite avaliar o grau de fibrose hepática. A elastografia por ressonância magnética, considerada o padrão ouro, apresenta boa correlação com a biópsia hepática. O FibroScan, por sua vez, é uma ferramenta não invasiva que permite avaliar tanto o grau de fibrose quanto o grau de esteatose hepática.

    Novas Opções Terapêuticas

    Os especialistas apresentaram as mais recentes evidências sobre as opções terapêuticas para a MASLD. A pioglitazona, os análogos do GLP-1 e os inibidores de SGLT2 demonstraram eficácia na redução da inflamação hepática e na melhoria dos marcadores de fibrose. Bem como o resmetiron, um novo fármaco que mostrou-se promissor em estudos clínicos, com potencial para reverter a fibrose hepática.

    "Não há uma semana que eu não receba pelo menos mais um caso novo de CA de fígado associado à esteatose, que é uma doença mais lenta e que o paciente normalmente já passou por algum evento cardiovascular"

    -  alertou o Dr. Fábio Marinho.

    Próximos Passos

    Os especialistas concordam que são necessários mais estudos para avaliar a eficácia a longo prazo das novas terapias e para identificar os pacientes que mais se beneficiam com cada tratamento. Além disso, a prevenção continua sendo um desafio importante, com a necessidade de promover hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividade física regular e uma alimentação equilibrada.

    Por fim…

    A MASLD é uma doença complexa e multifatorial, que exige uma abordagem multidisciplinar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir a progressão da doença e reduzir o risco de complicações graves, como a cirrose e o hepatocarcinoma. As novas descobertas apresentadas no CBEM 2024 trazem esperança para os pacientes com MASLD, com o desenvolvimento de novas terapias e estratégias de tratamento mais personalizadas.

    Referências:

    • Godoy-Matos AF, et al. 2024 UPDATE: the Brazilian Diabetes Society position on the management of metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease (MASLD) in people with prediabetes or type 2 diabetes [published correction appears in Diabetol Metab Syndr. 2024 Feb 28;16(1):54. doi: 10.1186/s13098-024-01286-z]. Diabetol Metab Syndr. 2024;16(1):23. Published 2024 Jan 19. doi:10.1186/s13098-024-01259-2
    • European Association for the Study of the Liver (EASL); European Association for the Study of Diabetes (EASD); European Association for the Study of Obesity (EASO); European Association for the Study of the Liver (EASL). EASL-EASD-EASO Clinical Practice Guidelines on the management of metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease (MASLD). J Hepatol. 2024;81(3):492-542. doi:10.1016/j.jhep.2024.04.031

    Autor do conteúdo

    Isabelle Magalhães


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/um-novo-olhar-para-a-doenca-hepatica-gordurosa


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