Tratamento com Hormônio do Crescimento em Crianças com Baixa Estatura: Perspectivas Incitam Novos Estudos
13 de outubro de 2024
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Recife - PE, 12 de Outubro de 2024. A baixa estatura idiopática (BEI) é uma condição que acomete crianças com altura significativamente abaixo da média para idade e sexo, sem causa aparente. O tratamento com hormônio do crescimento (GH) tem sido utilizado para estimular o crescimento linear e aumentar a estatura final dessas crianças. Contudo, a decisão de iniciar o tratamento e a sua duração são temas que geram grande debate na comunidade médica.
A decisão de iniciar o tratamento com GH em crianças com BEI não é simples e deve ser individualizada para cada paciente. Diversos fatores devem ser considerados, como a altura da criança, a velocidade de crescimento, o impacto psicossocial da baixa estatura, as expectativas dos pais e os possíveis efeitos adversos do tratamento.
Segundo a Dra. Margaret Boguszewski, professora titular do departamento de Pediatria da Universidade Federal do Paraná,
"Não faz diferença tratar por 1 a 2 anos, 3 anos é o mínimo para obter melhores respostas".
Essa afirmação reforça a importância de um tratamento prolongado para alcançar resultados mais significativos com intuito de ampliar a estatura final.
O tratamento com GH tem demonstrado ser eficaz em aumentar a estatura final de crianças com BEI. Além disso, o GH pode melhorar a composição corporal, a força muscular e a qualidade de vida dessas crianças.
O uso de GH para tratamento da BEI está aprovado pela FDA desde 2003 e no Brasil desde 2011. A dose recomendada costuma ser de 0,05mg/kg/dia, mas há uma heterogeneidade de doses nos estudos. A manutenção do tratamento depende da evolução clínica do paciente durante as consultas. Há uma preocupação em relação à possibilidade de aumento de neoplasias com o tratamento com GH, porém um estudo recente de 2024 não demonstrou essa relação.
Vale lembrar que, como qualquer tratamento medicamentoso, o uso de GH pode estar associado a efeitos adversos, como dor de cabeça, edema, hiperglicemia e, em casos raros, o desenvolvimento de tumores.
A avaliação de crianças com BEI deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, composta por endocrinologistas pediátricos, geneticistas, nutricionistas e psicólogos. Essa abordagem permite uma avaliação completa da criança e a identificação de possíveis causas secundárias da baixa estatura, além de garantir um acompanhamento adequado durante o tratamento.
Apesar dos avanços no tratamento da BEI com GH, ainda são necessárias mais pesquisas para elucidar diversos aspectos da doença e do tratamento. Estudos futuros devem investigar a duração ideal do tratamento, os preditores de resposta ao tratamento e os efeitos a longo prazo do uso de GH.
A decisão de iniciar o tratamento com GH em crianças com BEI é complexa e deve ser individualizada. A avaliação cuidadosa de cada caso, considerando os benefícios e os riscos do tratamento, é fundamental para garantir o melhor resultado para o paciente. Atualmente, o consenso é que o tratamento com GH por pelo menos 3 anos pode levar a um aumento significativo da estatura final. Sempre salientando que são necessárias mais pesquisas para otimizar o tratamento e garantir a segurança dos pacientes.
Autor do conteúdo
Caroline Pamponet
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/tratamento-com-hormonio-do-crescimento-em-criancas-com-baixa-estatura-perspectivas-incitam-novos-estudos
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