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    Teprotumumab para Tratamento de Doença Ocular Tireoidiana Ativa

    21 de maio de 2024

    4 minutos de leitura

    Pergunta:

    • O uso do teprotumumab melhora a oftalmopatia ativa de pacientes com doença de Graves?

    Background:

    • O oftamopatia de Graves pode ser classificada pela atividade (ativa quando o Clinical Activity Score está acima de 3, levando em consideração edema e eritema da região), e pela gravidade (em modera a grave quando há muita retração ou proptose, ou ainda sintomas como diplopia). O teprotumumab é um anticorpo monoclonal que bloqueia o receptor de IFG-1 a nível orbitário, evitando proliferação de fibroblastos e teoricamente agindo na fisiopatologia da doença ocular de Graves. Mas ainda faltavam dados de estudos clínicos acerca de sua eficácia. Neste contexto, o estudo OPTIC avaliou a eficácia e segurança do uso de teprotumumab em pacientes com oftalmopatia ativa

    Desenho do estudo:

    • Ensaio clínico randomizado

    • Multicêntrico (13 centros da Europa e Estados Unidos)

    • Duplo cego

    • Randomização eletrônica na proporção de 1:1 

    • Seriam necessários 38 pacientes em cada grupo para se ter um poder de 90% para identificar diferença de 39% no grupo teprotumumab em relação ao placebo para melhora de proptose em pelo menos 2mm, com alfa bicaudado de 0,05 e uma taxa de drop-out de 16%

    População:

    • Pacientes com oftalmopatia ativa moderada a grave incluídos entre 2017 e 2018

    Critérios de inclusão:

    • Idade entre 18-80 anos

    • Doença de Graves, 

    • Oftamopatia ativa 

      • Clinical Activity Score de pelo menos 4

      • Moderada a grave com pelo menos 1 dos seguintes: retração palpebral >2mm, envolvimento importante de partes moles, proptose >3mm, diplopia

    • Pacientes deveriam estar eutireoidianos e com sintomas oculares a no máximo 9 meses

    Critérios de exclusão:

    • Cirurgia ou irradiação ocular prévia

    • Redução da acuidade visual nos últimos 6 meses

    • Uso de corticoide, rituximab ou tocilizumab

    Intervenção:

    • Teprotumumab EV 10 mg/kg na primeira infusão e, após, 20mg/kg nas infusões subsequente a cada 3 semanas por 21 semanas, totalizando 8 infusões

    Controle:

    • Placebo EV em posologia semelhante 

    Desfechos:

    • Primário: redução de proptose >2mm do basal

    • Secundários: resposta geral (definida como redução no Clinical Activity Score >2 + redução acima de 2mm na proptose), Clinical Activity Score de 0 ou 1 (ou seja, ausência de atividade), melhora da diplopia e de escore de qualidade de vida

    Características dos pacientes:

     

    Masculino (18% Masculino)Feminino (72% Feminino)
    Masculino
    Feminino

     

    • Teprotumumab (N=41) x Placebo (N=42) 

    • Mulheres: 71% x 74%

    • Idade em anos: 51,6±12,6 x 48,9±13,0 

    • Brancas: 85% x 88%

    • Duração da oftamopatia em meses: 6,2±2,3 x 6,4±2,4

    • Duração do Graves em anos: 3,5±6,1 x 2,2±3,2

    • Tabagismo atual: 22% x 19%

    • Clinical Activity Score: 5,1±0,9 x 5,3±1,0

    Resultados:

    • O teprotumumab resultou significativamente em maior resolução da proptose que o grupo placebo em 24 semanas, ocorrendo em 83% vs 10% no grupo placebo (p <0,001)

     

    
    

     

    • A resposta geral também for maior no grupo teprotumumab (78% vs 7%, p <0,001)

    • 59% dos pacientes no grupo teprotumumab atingiram um Clinical Activity Score de 0 ou 1 vs 21% no grupo placebo (p <0,001)

    • A redução absoluta em mm da proptose foi significativa maior no grupo teprotumumab (−2.82±0.19 vs −0.54±0.19, p <0,001)

    • O grupo teprotumumab também teve melhora significativa da diplopia e maior qualidade de vida avaliada por escore específico ao final de 24 semanas

    • Os eventos adversos foram raros e menores

    • Os principais eventos adversos foram câimbras, alopecia, náusea, vômito, diarreia, hiperglicemia leve e redução da acuidade auditiva (em 5 pacientes do grupo teprotumumab, todos com recuperação posteriormente)

    Conclusões:

    • O uso do teprotumumab reduziu parâmetros de atividade e gravidade em pacientes com oftalmopatia de Graves ativa moderada a grave

    Pontos Fortes: 

    • Estudo multicêntrico

    • Avaliados desfecho relevante para prática clínica 

    Pontos Fracos:

    • Temerária comparação com placebo já que por diretriz todos estes pacientes deveriam receber algum tratamento (pulso de metilprednisolona EV p ex.)

    • Estudo curto para avaliar outros efeitos colaterais e chance de recidiva da oftalmopatia

    • Amostra pequena, ainda que adequada para o desfecho avaliado


    Autor do conteúdo

    Matheo Stumpf


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/teprotumumab-para-tratamento-de-doenca-ocular-tireoidiana-ativa


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