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    Tabagismo Piora Desfechos Clínicos em Aldosteronismo Primário

    24 de janeiro de 2025

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    O impacto do tabagismo nos desfechos cardiometabólicos e cirúrgicos de pacientes com aldosteronismo primário (AP) ainda não é completamente compreendido. Este estudo multicêntrico retrospectivo avaliou a relação entre o tabagismo e a gravidade da doença em pacientes com AP. Os resultados mostraram que fumantes apresentaram maior prevalência de hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e maior secreção autônoma de cortisol (MACS), além de apresentarem nódulos adrenais de maior tamanho em comparação aos não fumantes. No entanto, o tabagismo não teve impacto significativo na taxa de resposta hipertensiva após adrenalectomia.

    Como o Estudo Foi Feito?

    Foram analisados 881 pacientes com AP avaliados em 36 hospitais terciários na Espanha, dos quais 180 (20,4%) eram fumantes e 701 não fumantes. Não houve diferenças na pressão arterial ou nos níveis séricos de potássio entre os grupos no momento do diagnóstico. Entretanto, os fumantes apresentaram maior prevalência de HVE em comparação aos não fumantes (OR = 2,0; IC 95%: 1,23–3,25), e uma maior frequência de HVE grave (12,5% vs. 6,6%; P = 0,164), embora sem significância estatística.

    Além disso, os fumantes apresentaram nódulos adrenais de maior tamanho (18,6 ± 9,66 mm vs. 15,8 ± 8,66 mm; P = 0,002). A secreção autônoma de cortisol foi mais frequente entre fumantes do que entre não fumantes (OR = 2,1; IC 95%: 1,14–4,06), mas essa associação desapareceu após ajuste para o tamanho do nódulo adrenal (OR ajustado = 1,6; IC 95%: 0,76–3,37).

    A taxa de cura bioquímica e hipertensiva foi semelhante entre os grupos, mas houve uma tendência de maior taxa de cura da hipertensão no grupo dos não fumantes (41,2% vs. 29,9%; P = 0,076).

    Qual o Impacto na Prática?

    Os achados reforçam a importância da cessação do tabagismo em pacientes com AP, dado seu impacto negativo na saúde cardiovascular. O maior risco de HVE e o aumento da secreção autônoma de cortisol entre fumantes podem contribuir para um pior prognóstico cardiometabólico. Embora o tabagismo não tenha sido um fator determinante na resposta hipertensiva após adrenalectomia, a tendência observada sugere que pacientes fumantes podem ter menor probabilidade de controle ideal da pressão arterial. Assim, estratégias para cessação do tabagismo devem ser incentivadas nesse grupo de pacientes como parte do manejo global da doença.


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/tabagismo-piora-desfechos-clinicos-em-aldosteronismo-primario


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