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    Secuquinumabe versus Adalimumabe no Tratamento de Artrite Psoriásica Ativa

    05 de novembro de 2024

    4 minutos de leitura

    Residente Colaborador:

    João Lucas Rangel

    Pergunta:

    • O secuquinumabe é superior ao adalimumabe na monoterapia biológica de primeira linha em pacientes com artrite psoriásica ativa?

     Background:

    • A artrite psoriática é uma condição inflamatória crônica que pode causar dor, rigidez e comprometimento funcional. Apesar da disponibilidade de terapias biológicas, muitos pacientes não alcançam a remissão desejada. Portanto, o estudo EXCEED foi realizado para comparar a eficácia e segurança de dois biológicos, o secuquinumabe e o adalimumabe, como monoterapias de primeira linha em pacientes com artrite psoriásica ativa, focando no desfecho primário de resposta ACR20.

     Desenho do Estudo:

    • Ensaio clínico randomizado e multicêntrico (168 locais em 26 países)

    • Duplo-cego, com controle ativo

    • Duração de 52 semanas

    • Avaliação paralela de uso de adalimumabe e secuquinumabe em pacientes com artrite psoriásica ativa sem história de uso prévio de imunobiológicos.

    • Aplicação de placebo inerte para equalizar a quantidade de aplicações e manter o estudo cego.

    • Suspensão do DMARD por 4 semanas antes do início das terapias estudadas.

    População:

    • Adultos com artrite psoriásica ativa virgem de imunobiológicos incluídos entre 2017 e 2018  

    Critérios de Inclusão:

    • Idade mínima de 18 anos

    • Satisfazer critérios de Classificação para Artrite Psoriática

    • Artrite psoriática ativa (definida como 3 ou mais articulações edemaciadas e 3 ou mais articulações doloridas)

    • Ausência de uso prévio de imunobiológicos

    • Falha ao tratamento com DMARD

    • Falha ao tratamento com AINES

    Critérios de Exclusão:

    • Gravidez

    • Evidência de infecção ou malignidade ativa

    • Exposição anterior a qualquer tratamento biológico ou opióides

    • Uso contínuo de retinoides orais ou tópicos

    • Tratamentos de fototerapia, fototerapia com psoraleno ou tratamento tópico para a pele

    Intervenção:

    • Secuquinumabe 300 mg por via subcutânea, seguido de dose de ataque semanal por 4 semanas com mesma dose e dose de manutenção com secuquinumabe 300 mg mensal até a semana 48.

    Controle:

    • Adalimumabe 40 mg por via subcutânea a cada 14 dias até a semana 50.
       

    Desfechos:

    • Desfecho primário: avaliação da resposta ACR20 (American College of Rheumatology 20%) na semana 52.

    • Desfechos secundários principais: PASI 90 na semana 52, ACR50 e ACR70 na semana 52, HAQ-DI, parâmetros de segurança.

    Características dos Pacientes:

     

    Masculino (51% Masculino)Feminino (49% Feminino)
    Masculino
    Feminino

     

    • Secuquinumabe (n=426) x Adalimumabe (n=427)

      • Idade média: 48,5 x 48 anos

      • Pacientes com entesite: 55% x 62%

      • Pacientes com dactilite: 31% x 32%

      • Uso sistêmico de corticoide na randomização: 14% x 14%

      • CRP > 10 mg/L: 31% x 30%

    Resultados:

    • 67,5% dos pacientes no grupo Secuquinumabe atingiram ACR20 na semana 52 e 61,5% do grupo Adalimumab. A diferença não foi estatisticamente significativa.

    • Nenhuma métrica de controle de doença articular ou qualidade de vida obteve diferença estatisticamente significativa. 

    • Mais pacientes do grupo secuquinumabe atingiram resposta cutânea PASI 90 na semana 52. 65,5% versus 41,3% dos pacientes no grupo Adalimumab. A diferença foi estatisticamente significativa p <0,0001.

    • O perfil de segurança de ambas as drogas foi compatível com estudos prévios.

    Conclusões:

    • Em pacientes com artrite psoriática ativa virgem de imunobiológico, o uso de secuquinumabe não foi superior ao adalimumabe em alcançar a resposta ACR20 na semana 52.

    Pontos Fortes:

    • Primeiro estudo comparativo direto entre secuquinumabe (anti-IL-17A) e adalimumabe (anti-TNF) em pacientes com artrite psoriásica, fornecendo dados valiosos sobre a eficácia relativa dessas terapias.

    • O estudo foi randomizado, controlado e envolveu uma amostra significativa de pacientes (426 no grupo secuquinumabe e 427 no grupo adalimumabe), com características de base semelhantes entre os grupos.

    • Incluiu pacientes que não haviam sido previamente expostos a medicamentos anti-TNF, permitindo avaliar a eficácia de forma mais clara em uma população virgem de tratamento biológico.

    Pontos Fracos:

    • O estudo não atingiu o desfecho primário proposto

    • Todos os pacientes eram naive ao tratamento com anti-TNF, o que pode não refletir a realidade clínica de pacientes que já usaram anti-TNF e precisam mudar de terapia. Isso limita a generalização dos resultados para essa população.

    • A duração de 52 semanas deste estudo pode não ser suficiente para avaliar os efeitos a longo prazo, particularmente em termos de segurança e eficácia sustentada.


    Autor do conteúdo

    Marcos Jacinto


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/secuquinumabe-versus-adalimumabe-no-tratamento-de-artrite-psoriasica-ativa


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