Romosozumabe vs Teriparatida em Mulheres Pós-Menopausa com Osteoporose Após Bisfosfonato Oral
12 de novembro de 2024
5 minutos de leitura
O romosozumabe é superior à teriparatida no aumento da densidade mineral óssea em mulheres com osteoporose pós-menopausa previamente tratadas com bisfosfonatos?
Sabe-se que o efeito de ganho de massa óssea de um agente osteoformador é mitigado se iniciado após uso de bisfosfonato. Porém, o romosozumabe (anticorpo monoclonal anti esclerostina) é um agente muito mais potente que a teriparatida (um análogo PTH 1-34) e, portanto, poderia ser a primeira escolha de medicação anabólica após um curso inicial com bisfosfonato. Neste contexto, o estudo STRUCTURE comparou a eficácia do uso de romosozumabe e teriparatida em mulheres com osteoporose pós-menopausa após uso prévio de bisfosfonatos.
Ensaio clínico randomizado
Multicêntrico (46 centros nos Estados Unidos, América Latina, Europa)
Aberto
Estimando um aumento de 0,8% na densidade do sítio de fêmur total no grupo romosozumabe vs -1,2% no grupo teriparatida, seria necessária inclusão de 200 pacientes para se ter poder de 99% e alfa de 5%, assumindo um dropout de 5%
Mulheres com osteoporose pós-menopausa e uso prévio de bisfosfonato, incluídas entre 2013 e 2014
Mulheres pós-menopausa entre 55-90 anos de idade com osteoporose caracterizada por: presença de fratura de fragilidade (vertebral ou não-vertebral) OU T-score <-2,5 em sítio de fêmur total, colo de fêmur ou vertebral
Recebido tratamento para osteoporose prévio com bisfosfonato oral por pelo menos 3 anos
Uso de alendronato 70mg 1x na semana no último ano antes do início do estudo
Sítios não possíveis de serem avaliados por densitometria
Vit D <50 nmol/L
Alguma doença óssea ativa (como Paget)
Romosozumabe: 210 mg subcutâneo, uma vez ao mês, por 12 meses.
Teriparatida: 20 μg subcutâneo, uma vez ao dia, por 12 meses.
Todos os pacientes receberam suplementação de cálcio (500-1000mg ao dia) e de vitamina D (600-800 UI ao dia).
Primário: mudança da densidade mineral óssea (DMO) do fêmur total ao final dos 12 meses de tratamento
Secundários: mudança de DMO no sítio de colo de fêmur e vertebral, avaliação de DMO volumétrica e força do quadril por modelo finito por meio de tomografia computadorizada quantitativa, mudança de biomarcadores (CTX e P1NP) e efeitos adversos
Total de 436 pacientes
Grupo Romosozumabe (N=218) x Grupo Teriparatida (N=218):
Idade (anos): 71,8±7,4 x 71,2±7,7
Brancos: 88% x 90%
Duração média do tratamento prévio com bisfosfonatos (em anos): 6,2±2,9 x 6,2±2,9
Pacientes com fratura prévia: 100% x 99%
T-score de fêmur total: -2,27±0,75 x -2,21±0,72
T-score de colo de fêmur: -2,49±0,67 x -2,43±0,66
T-score de sítio vertebral: -2,83±1,10 x -2,87±1,04
CTX (pmol/L): 982 x 1012
P1NP (μmol/L): 0,33 x 0,33
A DMO de fêmur total após 12 meses de tratamento no grupo romosozumabe foi de 2,6% versus -0,6% no grupo teriparatide (diferença entre os grupos de 2,7%, 95%IC 2,7-3,8, p<0,0001)
O grupo romosozumabe também teve maior ganho significativo de DMO no sítio de colo de fêmur (3,2% vs -0,2%) e vertebral (9,8% vs 5,4%)
A avaliação integral e cortical da DMO volumétrica por tomografia também foi significativamente maior no grupo romosozumabe; a avaliação trabecular foi semelhante em ambos os grupos
Houve também maior ganho significativo de força no quadril no grupo romosozumabe (2,5% vs -0,7%)
Quantos aos biomarcadores, dois comportamentos distintos foram identificados:
No grupo romosozumabe, o CTX manteve-se baixo durante os 12 meses de estudo; já o P1NP aumentou no 1º mês de uso e, após, voltou a seus valores basais e mantendo-se estável até o final de 12 meses
Por outro lado, o grupo teriparatida teve incremento de CTX e P1NP nos primeiros 6 meses de tratamento, mantendo estabilidade nos valores após este período até o término dos 12 meses de estudo
Os valores de CTX e P1NP foram significativamente maiores no grupo teriparatida em todos os períodos de comparação a partir de 3 meses
Os efeitos colaterais mais comuns foram reações locais nos sítios de aplicação, 1% dos pacientes com romosozumabe tiveram hipocalcemia e até 10% dos pacientes com teriparatide tiveram hipercalcemia, geralmente leve
Somente 15 pacientes tiveram fraturas durante o estudo (7 em uso de romosozumabe e 8 com teriparatide); nenhum caso de fratura atípica ou osteonecrose de mandíbula
O uso de romosozumabe é superior à teriparatida em aumentar a densidade mineral óssea (DMO) em mulheres com osteoporose pós-menopausa previamente tratadas com bisfosfonatos
Estudo multicêntrico
Inclusão de pacientes de alto ou muito alto risco de fratura
Primeiro estudo a comparar diretamente romosozumabe e teriparatida em pacientes previamente tratadas com bifosfonatos.
Maioria dos participantes são brancos europeus, limitando a generalização dos resultados
Estudo que não necessariamente se aplica para população masculina
Ausência de avaliação de desfecho primário duro (como fraturas)
Tratamento com teriparatida por somente 12 meses (sendo que em geral é feito por 24 meses); talvez o uso prolongado da droga auxiliaria a ganhar mais DMO
Não cego
Autor do conteúdo
Matheo Stumpf
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/romosozumabe-vs-teriparatida-em-mulheres-pos-menopausa-com-osteoporose-apos-bisfosfonato-oral
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