Romosozumabe em Mulheres Pós-Menopausa com Osteoporose
19 de novembro de 2024
5 minutos de leitura
Em mulheres com osteoporose pós-menopausa, Romosozumabe é mais eficaz do que placebo na redução de fraturas vertebrais após 12 meses?
A osteoporose em mulheres pós-menopausa aumenta o risco de fraturas, impactando a saúde e aumentando a mortalidade. O romosozumabe é um anticorpo monoclonal que inibe a esclerostina, promovendo a formação óssea e reduzindo a reabsorção. Estudos iniciais mostraram aumento da densidade mineral óssea e marcadores de formação óssea em mulheres tratadas com romosozumabe, mas seu papel em redução de fraturas ainda era incerto. Neste contexto, o estudo FRAME avaliou se o romosozumabe reduziria risco de fratura em pacientes com osteoporose na pós-menopausa.
Ensaio clínico
Randomização estratificada (idade maior ou menor que 75 anos e presença ou não de fratura vertebral)
Multicêntrico (estudo internacional)
Duração de 24 meses: primeiros 12 meses duplo-cego e controlado por placebo (romosozumabe versus placebo); 12 meses restantes aberto, todos os grupos receberam denosumabe a cada 6 meses.
Assumindo uma taxa de fratura vertebral de 2,1% no grupo placebo, o estudo teria 99% de poder para detectar uma redução de 65% de nova fratura vertebral no grupo romosozumabe em 12 meses e redução de 62% aos 24 meses, com alfa de 0,05
Mulheres com osteoporose na pós-menopausa
Mulheres pós-menopausa entre 55 e 90 anos, com T-score entre -2,5 a -3,5 em fêmur total ou colo de fêmur
Histórico de fratura de quadril
1 fratura vertebral severa (redução >40% da altura vertebral) ou 2 ou mais fraturas moderadas (redução 25-40% da altura vertebral)
Doenças que afetam o metabolismo ósseo
Osteonecrose de mandíbula
Vit D <20 ng/mL
Hipo ou hipercalcemia
Romosozumabe 210 mg SC 1x ao mês por 12 meses, seguido por 60 mg de denosumabe a cada 6 meses por mais 12 meses.
Placebo mensal SC 1x ao mês por 12 meses, seguido por 60 mg de denosumabe a cada 6 meses por mais 12 meses.
Todos os pacientes receberam vit D 600-800 UI/d e cálcio 500-1000mg/d.
Primário: incidência acumulada de novas fraturas vertebrais em 12 e 24 meses
Secundários: fraturas clínicas (composta por fraturas não vertebrais e vertebrais sintomáticas), fratura não vertebral, fratura maior não vertebral (pelve, fêmur distal, tíbia proximal, costela, úmero proximal, antebraço e quadril), fratura de quadril, fratura osteoporótica maior (quadril, vertebral clínica, antebraço e úmero), mudança na densidade mineral óssea (DMO) e marcadores de turnover ósseo, e avaliação de efeitos colaterais
Total = 7180 pacientes incluídos
Placebo (N=3591) x Romosozumabe (N=3589)
Média de idade em anos: 70,8±6,9 x 70,9±7,0
Etnia hispânica: 39,4% x 39,8%
América Latina: 42,7% x 43,2%
IMC médio: 24,74±4,42 x 24,66±4,30
T-score em coluna lombar: -2,71±1,04 x -2,72±1,04
T-score em fêmur total: -2,46±0,47 x -2,48±0,47
T-score em colo de fêmur: -2,74±0,29 x -2,76±0,28
Histórico de fratura vertebral: 18,0% x 18,7%
Pacientes com 1 fratura vertebral: 13,8% x 14,1%
Pacientes com 2 ou mais fraturas vertebrais: 4,1% x 4,6%
Grau leve (redução de até 25% da altura vertebral) da fratura vertebral: 10,5% x 10,5%
A incidência de novas fraturas vertebrais foi 73% menor com romosozumabe após 12 meses (taxa de 0,5% no grupo de romosozumab vs 1,8% no grupo placebo; RR 0,27, 95%IC 0,16-0,47, p<0,001)
Houve redução de 36% em fraturas clínicas com romosozumabe após 12 meses (1,6% no grupo romosozumab vs 2,5% no placebo; HR 0,64, 95%IC 0,46-0,89, p=0,008); não houve diferença significativa em outros desfechos de fraturas (como não vertebral e quadril) aos 12 meses
Após 24 meses, houve redução de novas fraturas vertebrais em 75% no grupo com romosozumabe (0,6% vs 2,5%; RR 0,25, 95%IC 0,16-0,40, p<0,001); não houve diferença significativa em nenhum outro tipo de fratura aos 24 meses
O grupo romosozumabe teve ganho significativamente maior aos 12 meses que o grupo placebo, incrementando em média 13,3% na coluna lombar, 6,9% em fêmur total e 5,9% em colo de fêmur; essa diferença de ganho se manteve aos 24 meses
Houve incremento de P1NP até 9 meses com uso de romosozumabe e redução do CTX durante todos os 12 meses de tratamento no grupo romosozumbe; durante a fase open-label que ambos os grupos receberam denosumabe houve redução de CTX e P1NP de maneira semelhante, sem diferença significativa
Os efeitos colaterais foram semelhantes entre os dois grupos, sendo os mais comuns artralgia, nasofaringite e dor;
Embora efeito adverso raro, no grupo romosozumabe houve 2 casos de osteonecrose de mandíbula e 1 caso de fratura atípica de fêmur
Romosozumabe mostrou-se mais eficaz do que placebo na redução do risco de novas fraturas vertebrais após 12 meses em mulheres pós-menopausa com osteoporose
Estudo multicêntrico com maior validade externa
Avaliação de desfechos relevantes para a prática clínica
Avaliação de um tratamento inovador com um novo mecanismo de ação
Baixo número de pacientes com muito alto risco de fratura
A maioria da população era hispânica, advinda da América Latina, com risco de fratura intrinsecamente menor que brancos europeus, p.ex.
Taxa de fraturas globalmente abaixo do inicialmente calculado pelo trial
Autor do conteúdo
Matheo Stumpf
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/romosozumabe-em-mulheres-pos-menopausa-com-osteoporose
Compartilhe
Copyright © 2024 Portal de Conteúdos MEDCode. Todos os direitos reservados.