Qual o Tempo Ótimo de Dupla Antiagregação Plaquetária Pós-Síndrome Coronariana Aguda?
11 de dezembro de 2024
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A duração ideal da terapia antiplaquetária dupla (DAPT) em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP) ainda é um tema controverso. Para abordar essa questão, foi realizada uma metanálise que avaliou os impactos de diferentes durações de DAPT em pacientes submetidos à ICP com stent farmacológico. Os achados mostraram que tempos mais curtos de DAPT estão associados a melhores desfechos clínicos, em comparação com o uso tradicional de DAPT por 12 meses.
Foram analisados 15 estudos randomizados, envolvendo um total de 35.326 pacientes. Os dados foram extraídos das bases MEDLINE, Embase, Cochrane e LILACS até 8 de abril de 2024. O desfecho primário de eficácia foi a ocorrência de eventos cardíacos e cerebrovasculares adversos maiores (MACCE), enquanto o desfecho primário de segurança foi o sangramento grave. Os resultados mostraram que, comparado a 12 meses de DAPT, o esquema de 1 mês de DAPT seguido de monoterapia com inibidores de P2Y12 reduziu significativamente os sangramentos graves (RR, 0,47; IC 95%, 0,26-0,74) e não apresentou diferença estatisticamente significativa na incidência de MACCE (RR, 1,00; IC 95%, 0,70-1,41).
Por outro lado, a estratégia de 3 meses de DAPT seguida de monoterapia com inibidores de P2Y12 apresentou um RR de 0,85 para MACCE (IC 95%, 0,56-1,21), sem significância estatística. Apesar disso, a análise SUCRA classificou 3 meses de DAPT como a estratégia ideal para reduzir MACCE, com base no equilíbrio geral entre eficácia e segurança. Essa classificação considera tanto o potencial benefício observado quanto o desempenho relativo em comparação com outras estratégias, mesmo que os dados estatísticos não sejam conclusivos.
Esta metanálise reforça a tendência de encurtar a duração da DAPT em pacientes pós-SCA, alinhando-se às recomendações das diretrizes mais recentes. A escolha do regime ideal deve ser baseada em uma avaliação individualizada do risco isquêmico e hemorrágico, bem como das comorbidades e expectativa de vida do paciente. Regimes de 1 ou 3 meses de DAPT, seguidos por monoterapia com inibidores de P2Y12, emergem como alternativas eficazes para prevenir eventos adversos maiores (MACCE) e reduzir o risco de sangramento, contribuindo para desfechos clínicos mais favoráveis.
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
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