Qual o contexto?

O prolapso arrítmico da valva mitral (PAVM) está associado a arritmias ventriculares (AVs) potencialmente fatais, sendo as mulheres jovens um grupo de alto risco. Um estudo observacional, retrospectivo, multicêntrico e internacional avaliou se a gravidez e o pós-parto estão associados a um maior risco de AVs malignas em mulheres com PAVM de alto risco. Durante a gravidez e até seis meses após o parto, houve um aumento significativo na ocorrência de AVs malignas.

Como o estudo foi feito?

Foram incluídas 18 mulheres de alto risco com PAVM que experimentaram AVs malignas e pelo menos uma gravidez. O seguimento médio foi de  7,5 anos. A incidência de AVs malignas foi comparada entre períodos não gestacionais e perinatais, este último definido como ocorrendo durante a gravidez e até seis meses após o parto. O período perinatal mostrou uma incidência aumentada de AVs malignas em comparação com o período não gestacional (RR 2,66).

Qual o impacto na prática?

O período perinatal pode impor um risco aumentado de AVs malignas em mulheres com PAVM de alto risco. Este estudo sugere a necessidade de monitoramento e tratamento adequado durante a gravidez para essas pacientes, incluindo o uso de medicamentos antiarrítmicos seguros e eficazes, como beta-bloqueadores e flecainida. Apenas uma entre oito mulheres tratadas com flecainida teve AVs malignas, destacando a importância do tratamento contínuo para mitigar o risco arrítmico.