Ocrelizumabe Demonstra Eficácia Sustentada por 9 Anos na Esclerose Múltipla Recidivante
17 de março de 2025
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A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e progressiva desde o início, com benefícios potenciais quando tratada precocemente com terapias modificadoras de doença (TMDs) de alta eficácia. Ainda existe controvérsia sobre iniciar o tratamento com TMDs de alta eficácia ou adotar uma abordagem escalonada. Por isso, esta análise de subgrupo avaliou a eficácia e segurança a longo prazo do ocrelizumabe (OCR), um anticorpo monoclonal anti-CD20, como terapia de primeira linha em pacientes com EM recidivante em estágio inicial. Os resultados demonstraram que o tratamento precoce com ocrelizumabe proporcionou maior controle da doença em comparação com interferon β-1a, com benefícios que se mantiveram por mais de 9 anos.
Esta análise post-hoc incluiu 757 pacientes virgens de tratamento com EM recidivante diagnosticada há ≤2 anos dos estudos OPERA I/II. Os pacientes foram randomizados para OCR (n=375) ou interferon β-1a (n=382) por 96 semanas (período de tratamento controlado duplo-cego), após o qual todos receberam OCR na extensão aberta. Os desfechos incluíram ausência de evidência de atividade da doença (NEDA-3), progressão da incapacidade confirmada em 24 semanas (CDP), atividade lesional por RM, alteração no volume cerebral e níveis de neurofilamento leve. O período de acompanhamento foi de 9 anos, com 67% dos pacientes (505/757) completando todo o seguimento. Durante o período duplo-cego, 72,5% dos pacientes no grupo OCR alcançaram NEDA-3 versus 43,8% no grupo interferon (OR 3,48; IC 95% 2,52-4,81). Esta diferença se manteve durante os 7 anos de extensão aberta (48,2% vs 25,7%; OR 2,72; IC 95% 1,94-3,82). Pacientes que iniciaram OCR mais tarde (grupo interferon-OCR) não recuperaram a incapacidade e perda de volume cerebral acumuladas durante o tratamento com interferon.
O estudo reforça a importância do início precoce de terapia de alta eficácia na EM recidivante, já que danos acumulados durante tratamento com interferon não foram recuperados após troca para OCR. Aprovado pela ANVISA desde 2022, o OCR pode ser considerado para tratamento da EM visando melhorar desfechos clínicos e retardar progressão da doença. No SUS, embora não esteja disponível automaticamente, pode ser fornecido após avaliação clínica e laudo específico, conforme Diretrizes do Ministério da Saúde, beneficiando também pacientes da rede pública nacional.
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Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
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