Novas Diretrizes para Avaliação do Risco Cardiovascular em Pessoas com Diabetes
13 de outubro de 2024
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Recife - PE, 12 de Outubro de 2024. É notório que a diabetes mellitus (DM) é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). Com o propósito de otimizar a prevenção e o tratamento dessas complicações, as Sociedades Brasileiras de Diabetes (SBD) e a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) publicaram novas diretrizes, as quais trazem importantes atualizações para a avaliação do risco cardiovascular em pacientes com DM.
Um dos principais pontos destacados nas novas diretrizes é a limitação das calculadoras de risco cardiovascular tradicionais na predição de eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes. Devido à complexidade da doença e à presença de fatores de risco específicos, essas calculadoras podem subestimar o risco real desses pacientes.
Diante dessa limitação, as novas diretrizes propõem uma abordagem mais individualizada, considerando não apenas os fatores de risco tradicionais, mas também a presença de lesões em órgãos-alvo e a avaliação de biomarcadores.
SBD: A SBD recomenda a avaliação da presença de estratificadores de alto e muito alto risco, como tempo de duração do diabetes, histórico familiar de doença arterial coronariana, síndrome metabólica e lesões em órgãos-alvo (retinopatia, nefropatia e aterosclerose subclínica).
ESC: A ESC sugere o uso da calculadora SCORE 2-Diabetes, que leva em consideração o risco de eventos cardiovasculares em 10 anos. No entanto, a calculadora ainda não foi validada para a população brasileira e pode subestimar o risco em alguns pacientes.
Outro ponto importante abordado nas diretrizes é a necessidade de diagnóstico precoce da insuficiência cardíaca (IC) em pacientes com diabetes. O NT-proBNP, um marcador biológico de disfunção ventricular, tem se mostrado útil para identificar pacientes de alto risco para desenvolvimento de IC, mesmo na ausência de sintomas.
As novas diretrizes sugerem a utilização de algoritmos que combinam a avaliação clínica e a dosagem de NT-proBNP para identificar pacientes de alto risco e iniciar o tratamento precoce com medicamentos que reduzem a mortalidade por causas cardiovasculares, como os inibidores da SGLT2.
De acordo com o Dr. Marcello Bertoluci, o diagnóstico deve ser mais preciso.
“Talvez estejamos tratando de uma forma mais “light” alguns pacientes que poderiam ser intensificados”
As novas diretrizes representam um avanço significativo na avaliação do risco cardiovascular em pacientes com diabetes. Ao identificar os pacientes em condições mais alarmantes, os profissionais de saúde podem implementar medidas preventivas personalizadas, reduzindo a ocorrência de eventos cardiovasculares e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados. A implementação das novas diretrizes requer a capacitação dos profissionais de saúde, o acesso a testes diagnósticos e o desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão clínica.
O uso sequencial do watch DM seguido do NTproBNP vai detectar 84% dos novos casos de IC em pacientes com DM2 assintomáticos e com baixo custo. Em tempo, a ESC deve aderir ao rastreio de IC em pacientes assintomáticos.
As novas diretrizes da SBD e da ESC enfatizam a importância de uma abordagem mais individualizada para a avaliação do risco cardiovascular em pacientes com diabetes. A identificação precoce de fatores de risco e a implementação de medidas preventivas eficazes são essenciais para reduzir a morbimortalidade cardiovascular nessa população.
Autor do conteúdo
Isabelle Magalhães
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/novas-diretrizes-para-avaliacao-do-risco-cardiovascular-em-diabeticos
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