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    IRA 2024 - Nova Perspectiva sobre a Hipofosfatemia em Terapia de Substituição Renal Contínua

    14 de outubro de 2024

    3 minutos de leitura

    Confira:

    São Paulo, 10 de Outubro de 2024. Um recente estudo apresentado no IRA - XV Simpósio Internacional de Injúria Renal Aguda trouxe novas evidências sobre o metabolismo do fósforo em pacientes submetidos à terapia de substituição renal contínua (CRRT). A pesquisa, liderada pela Prof.ª Rosa Maria Moyses, revelou que a remoção de fósforo durante a hemodiálise não se limita ao início do tratamento, mas persiste ao longo de toda a sessão, mesmo quando os níveis séricos de fósforo se estabilizam.

    Por que isso é importante?

    A hipofosfatemia, ou seja, a baixa concentração de fósforo no sangue, é um distúrbio eletrolítico comum em pacientes críticos submetidos à CRRT. Embora seja frequentemente subestimada, a hipofosfatemia está associada a um pior prognóstico, com maior tempo de internação, maior risco de infecções e maior dependência de ventilação mecânica.

    O fósforo desempenha um papel fundamental na função celular, sendo essencial para a produção de energia. A depleção de fósforo pode levar a um comprometimento da função muscular e retardar a recuperação dos pacientes.

    Uma nova abordagem para o manejo da hipofosfatemia

    A descoberta da Profª. Moyses desafia a visão tradicional sobre a hipofosfatemia na CRRT. Ao demonstrar que a perda de fósforo é um processo contínuo, a especialista alerta para a necessidade de uma abordagem mais proativa no manejo dessa condição.

    "Ter um nível sérico de fósforo normal-baixo durante a terapia contínua não nos garante a segurança de que os estoques de fósforo estejam adequados e de que não há hipofosfatemia efetiva. A remoção de fósforo é contínua mesmo quando os níveis estão estáveis. Esteja atento e não espere uma hipofosfatemia evidente para corrigir os níveis séricos", afirmou a professora.

    Próximos passos e implicações clínicas

    Essa nova perspectiva abre portas para futuras pesquisas que busquem aprofundar o conhecimento sobre o metabolismo do cálcio e fósforo durante a diálise, e avaliar o impacto clínico a longo prazo nas condições óssea e cardiovascular dos pacientes. Além disso, a comunidade médica deve se mobilizar para desenvolver diretrizes mais precisas para a monitorização e tratamento da hipofosfatemia em pacientes em diálise.

    Em resumo

    A descoberta da contínua remoção de fósforo durante a CRRT representa um avanço significativo no cuidado de pacientes críticos. Ao reconhecer a importância de monitorar e tratar a hipofosfatemia de forma proativa, os profissionais de saúde podem melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida desses pacientes.

    Referências:

    • 1. Lima, C. M., Goldenstein, P. T., dos Reis, L. M., Jorgetti, V., Elias, R. M., & Moysés, R. M. A. (2023). Factors associated with intradialytic phosphate removal in hemodialysis patients before and after parathyroidectomy. CJASN

    • 2. Di Mario F, Regolisti G, Maggiore U, Pacchiarini MC, Menegazzo B, Greco P, Maccari C, Zambrano C, Cantarelli C, Pistolesi V, Morabito S, Fiaccadori E. Hypophosphatemia in critically ill patients undergoing Sustained Low-Efficiency Dialysis with standard dialysis solutions. Nephrol Dial Transplant. 2022 Nov 23;37(12):2505-2513.

    • 3. Chazot G, Lemoine S, Kocevar G, Kalbacher E, Sappey-Marinier D, Rouvière O, Juillard L. Intracellular Phosphate and ATP Depletion Measured by Magnetic Resonance Spectroscopy in Patients Receiving Maintenance Hemodialysis. J Am Soc Nephrol. 2021 Jan;32(1):229-237. doi: 10.1681/ASN.2020050716. Epub 2020 Oct 22. 


    Autor do conteúdo

    Ana Vieira


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/nova-perspectiva-sobre-a-hipofosfatemia-em-terapia-de-substituicao-renal-continua


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