Qual o Contexto?

Os desfechos da fibrilação atrial (FA) estão fortemente relacionados à carga diária de FA, ou seja, ao tempo em que o paciente permanece em arritmia por dia. Este estudo avaliou pacientes com dispositivos eletrônicos cardíacos implantáveis (DCEI), sem anticoagulação oral, e demonstrou que o aumento da duração máxima diária de FA (DMD-FA) está associado a maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) e mortalidade.

Como o Estudo Foi Feito?

Os pesquisadores utilizaram dados do registro eletrônico de saúde desidentificado da Optum (2007-2021) vinculados ao banco de dados de ritmo cardíaco Medtronic CareLink. Foram incluídos pacientes com DCEI e acompanhamento clínico registrado, excluindo aqueles com prescrição de anticoagulação oral. A DMD-FA foi analisada no período basal (30 dias após o implante) e nos 30 dias anteriores a um evento clínico.

Os resultados mostraram que um aumento na DMD-FA durante o acompanhamento, em comparação a uma DMD-FA estável ou diminuída, foi associado a um risco ajustado significativamente maior de AVC e mortalidade (HR 1,80; IC 95%: 1,61–2,01). Além disso, uma redução na DMD-FA foi associada a menor risco de AVC e mortalidade em pacientes com DMD-FA basal de 1 a <5,5 horas e de 5,5 a <23,5 horas.

Qual o Impacto na Prática?

Os achados reforçam a importância de monitorar regularmente a DMD-FA em pacientes com DCEI, que geralmente apresentam risco elevado de FA. A identificação precoce de um aumento na DMD-FA pode orientar o início oportuno da anticoagulação oral, reduzindo o risco de desfechos graves como AVC e mortalidade. Esse monitoramento contínuo é essencial para uma abordagem preventiva e personalizada neste perfil de pacientes.