Inibidores da Glicoproteína IIb/IIIa São Seguros em Síndrome Coronariana Aguda?
25 de setembro de 2024
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Dados sobre o uso da glicoproteína IIb/IIIa (GPI) no mundo real em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), após a introdução de potentes inibidores P2Y12 e stents de nova geração, são escassos. Assim, foi realizada esta coorte prospectiva, que mostrou que, no cenário estudado, o uso da GPI foi associado a melhores desfechos clínicos cardiovasculares, mas também a um maior risco de sangramento.
Um total de 4.395 pacientes com SCA foram incluídos entre 2009 e 2017. O desfecho primário foi a ocorrência de eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE), uma composição de morte por todas as causas, infarto do miocárdio não-fatal e acidente vascular encefálico não-fatal em 1 ano. Os desfechos secundários incluíram qualquer evento hemorrágico, sangramento BARC (Bleeding Academic Research Consortium) 3 – 5, e a combinação de eventos cardiovasculares e de sangramento (NACE). Os resultados mostraram, por meio da análise pelo propensity score-matching, que pacientes tratados com GPI tiveram menor risco de MACE, mas apresentaram maior risco de qualquer sangramento e sangramentos maiores, resultando em um efeito neutro sobre NACE. Assim, o uso de GPI em pacientes com SCA sugere um impacto positivo sobre a redução da MACE, mas, em contrapartida, está associada a um aumento do risco de sangramento.
Devido ao aumento de risco de sangramento observado, não se deve utilizar GPI de forma rotineira em pacientes com SCA, conforme recomendado pelos guidelines mais atuais. No entanto, dado seu benefício na redução da MACE, esta medicação pode ser considerada em pacientes selecionados, após ponderação personalizada entre o risco isquêmico e hemorrágico, para reduzir o risco de novos eventos isquêmicos graves.
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Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/inibidores-da-glicoproteina-iibiiia-sao-seguros-em-sindrome-coronariana-aguda
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