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    ICO 2024 - Tratamento da Obesidade Baseado em Evidências em Pacientes com Diabetes Tipo 2 e Doença Renal Crônica

    28 de junho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    Pacientes com obesidade e diabetes ou doença renal crônica merecem atenção especial pelo risco cardiovascular aumentado e pelos possíveis efeitos adversos das medicações antiobesidade disponíveis. A redução de peso e gordura visceral em pacientes com DM2 e DRC está associada à melhora do RCV e da qualidade de vida nesses pacientes. Buscando responder à questão de qual a melhor abordagem no tratamento da obesidade em pacientes com DM2 e DRC, o congresso começou com um simpósio de atualização sobre o tema.

    Resumo da Palestra

    Dr. Fábio Moura abriu os trabalhos reforçando a importância da obesidade na predição futura de DM2. Ele apresentou estudos que mostram a importância da avaliação da circunferência abdominal como um preditor relevante para o aumento do risco de DM2, incluindo os chamados "obesos saudáveis". O palestrante destacou a relação entre aumento de peso, gordura visceral e maior risco de esteatose, além da forte evolução para DM2. Em contrapartida, mostrou dados do estudo DIRECT na prevenção de DM2, e do estudo Look AHEAD, que mostrou melhora de A1c e circunferência abdominal, com maior perda de peso acima de 6% em 2 meses, sendo um importante preditor de longo prazo da manutenção do peso perdido. No entanto, mais de 80% dos pacientes recuperam o peso perdido a longo prazo. Nesse contexto, o uso de medicações antiobesidade nesse grupo de pacientes deve ser melhor estudado. Em relação às medicações no DM2, Dr. Fábio destacou os excelentes resultados da semaglutida 2,4 mg/semana em pessoas com obesidade e DM2, e da tirzepatida, análogo duplo GIP/GLP-1, com mais de 15% de perda de peso nesse grupo. Essas drogas são hoje de eleição na abordagem do peso em DM2, atuando em mecanismos diversos de redução do risco cardiovascular muito além do peso, mostrando segurança cardíaca e renal, com mais de 1/3 dos pacientes atingindo perdas superiores a 15% do peso inicial. Na sequência, Dr. Alexander Benchimol mostrou a segurança e eficácia da semaglutida na DRC. Foram apresentados os dados do estudo FLOW, recentemente divulgados, com 1 mg de semaglutida versus placebo em pacientes com IMC médio de aproximadamente 31 kg/m². Foi observada uma redução de 24% no desfecho renal e de 29% na morte cardiovascular, com redução de peso significativa no grupo tratado.

    Qual o Impacto na Prática?

    Com base nos dados apresentados, conclui-se que os análogos de GLP-1 e derivados são hoje seguros e eficazes, sem necessidade de ajuste de dose em pacientes com doença renal crônica associada, inclusive com benefício cardiorrenal neste grupo. Na prática, o tratamento da obesidade associada ao DM2 e DRC deve se basear na ação incretínica, com os benefícios metabólicos adicionais dos análogos de GLP-1 e impactos na mortalidade.

    Texto elaborado por: Dr. Frederico Maia, Endocrinologista, pós-doc pela UNICAMP


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ico-2024-tratamento-da-obesidade-baseado-em-evidencias-em-pacientes-com-diabetes-tipo-2-e-doenca-renal-cronica


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