• Home

    ICO 2024 - Preditores de Perda de Peso em Terapias Baseadas em Incretinas

    01 de julho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    Até recentemente, medicações aprovadas pela ANVISA, como sibutramina e orlistate, resultavam em perdas de peso modestas. Portanto, a chegada de medicações mais potentes, como liraglutida e semaglutida, e, mais recentemente, tirzepatida, representa um avanço significativo no tratamento da obesidade. Então quais seriam os preditores de boa resposta com análogos? Qual paciente mais se beneficia ? Esse foi tema da palestrante Deborah B. Horn no Congresso Internacional de Obesidade 2024

    Resumo da Palestra

    Dra. Deborah iniciou apresentando os dados mais atuais sobre semaglutida e tirzepatida, para diabetes tipo 2, nas doses de 5, 10 e 15 mg. A tirzepatida, também aprovada pelo FDA para obesidade em não diabéticos como ZEPBOUND, é um análogo duplo GIP/GLP-1 de aplicação semanal, que mostra resultados expressivos, com perdas de peso de até 25% do peso inicial. Estudos com diabetes tipo 2 mostram perdas menores, em torno de 15,7% do peso inicial, conforme a literatura, que aponta menores perdas com diversas medicações. Um estudo de extensão com "Ozempic", randomizado e duplo-cego, mostrou que, após a suspensão da droga por um ano, houve uma recuperação significativa do peso perdido, reduzindo a perda de uma média de 16% para 5-6%. Perdas maiores, acima de 15-20% nos primeiros seis meses, foram preditores para maior manutenção do peso e menor recuperação, mantendo cerca de 11% de perda. Esse resultado também foi visto no estudo SURPASS 1 a 5 com tirzepatida, onde mulheres apresentaram melhores perdas que homens. A tirzepatida mostrou melhores efeitos sobre padrões alimentares diversos, não se restringindo a padrões volumétricos, conforme demonstrado com semaglutida. Doses de 10 e 15 mg de tirzepatida e 2,4 mg de semaglutida resultaram em maiores perdas de peso.O estudo SURMOUNT 1 mostrou que mulheres com A1c baixa, marcador hepático normal e sem hipertensão foram mais propensas a perdas acima de 20%. Mulheres mais jovens e com doses mais altas de tirzepatida levaram mais tempo para atingir o platô. Os efeitos adversos são semelhantes aos das canetas já em uso no mercado brasileiro.

    Qual o Impacto na Prática?

    Na prática clínica, é essencial considerar variáveis clínicas para o sucesso no tratamento da obesidade com terapias baseadas em incretinas. Os preditores de boa resposta incluem perdas de peso iniciais acima de 15-20% nos primeiros seis meses, hemoglobina glicada mais baixa, marcadores hepáticos normais e ausência de hipertensão. Mulheres jovens tendem a apresentar melhores respostas e maiores perdas de peso, especialmente com doses mais altas de tirzepatida (10-15 mg) e semaglutida (2,4 mg). Pacientes que se beneficiam mais dessas terapias são aqueles que conseguem atingir a dose plena de GLP-1 ou tirzepatida, apresentam padrões alimentares variados e não possuem comorbidades significativas. Portanto, a personalização do tratamento com base nesses preditores é crucial para obter os melhores resultados possíveis.

    Texto elaborado por: Dr. Frederico Maia, Endocrinologista, pós-doc pela UNICAMP


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ico-2024-preditores-de-perda-de-peso-em-terapias-baseadas-em-incretinas


    Compartilhe

    Portal de Conteúdos MEDCode

    Home

    Copyright © 2024 Portal de Conteúdos MEDCode. Todos os direitos reservados.