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    ICO 2024 - Peso Máximo e Trajetória de Peso: Proposta da ABESO/SBEM para o Tratamento da Obesidade

    03 de julho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto? 

    A obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante, com 80-90% dos indivíduos recuperando o peso perdido. Seria necessário normalizar o IMC para alcançar sucesso no tratamento? Estudos mostram que a maioria dos pacientes acredita que sim. A perda efetiva de peso acima de 15-20% do peso inicial nos primeiros seis meses é um preditor importante para a manutenção do peso perdido. Esse é um dos pontos mais importantes no tratamento da obesidade. Mas, como devemos lidar com essa informação na prática clínica? O peso máximo na vida do paciente importa? E a maior perda de peso?

    Resumo da Discussão

    Para responder a essas questões, Dr. Bruno Halpern apresentou os dados mais recentes de uma publicação nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia (AEM 2022), onde ele discutiu o conceito de "obesidade controlada". Ele demonstrou que o maior peso do paciente é significativo; IMCs muito elevados (acima de 40-50 kg/m²) e perdas de peso de mais de 10-15% do peso inicial podem ser suficientes para considerar uma obesidade "reduzida" e, acima de 15%, como "obesidade controlada". As duas principais premissas deste novo documento (e não consenso, como reforçou Dr. Bruno) são: 1) perdas modestas de 5-10% do peso inicial estão associadas a melhorias metabólicas, reduzindo resistência insulínica, risco de diabetes e risco cardiovascular; e 2) a perda máxima de peso ao longo da vida (MWAL) passa a ser um parâmetro importante para o controle da evolução do paciente, dado que inúmeros mecanismos hormonais favorecem a recuperação do peso perdido.

    Qual o Impacto na Prática? 

    Na prática, é essencial considerar uma série de variáveis clínicas para obter sucesso no tratamento da obesidade. Entender o papel do maior peso na vida do paciente e que perdas de peso de 15-20% já levam ao controle da obesidade é crucial. O objetivo deve ser não apenas continuar perdendo peso, mas também manter os benefícios já alcançados, uma vez que 80-90% dos pacientes tendem a recuperar o peso perdido. Portanto, ao definir uma linha de tratamento para um paciente, esses parâmetros devem ser considerados para obter os melhores resultados com as estratégias disponíveis. Compreender que não é necessário ter um IMC menor que 25 kg/m² para considerar o tratamento um sucesso é fundamental. Perdas de peso de 10-20% já trazem benefícios cardiovasculares, ortopédicos e de qualidade de vida, configurando uma "obesidade reduzida" ou "obesidade controlada". Estabelecer metas mais atingíveis e realistas para os pacientes favorece a adesão ao tratamento e reduz a frustração com os resultados obtidos.

    Texto elaborado por: Dr. Frederico Maia, Endocrinologista, pós-doc pela UNICAMP


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ico-2024-peso-maximo-e-trajetoria-de-peso-proposta-da-abesosbem-para-o-tratamento-da-obesidade


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