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    ICO 2024 - Mídias Sociais e Distúrbios Alimentares em Jovens - Congresso Internacional de Obesidade

    03 de julho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto? 

    O avanço das mídias sociais e da TV, com maior tempo de tela, é um agravante significativo para distúrbios alimentares, especialmente em jovens e mulheres, aumentando os casos de bulimia, anorexia e até vigorexia. Esses casos têm se tornado cada vez mais frequentes na prática clínica, devido ao modelo de magreza instituído pela sociedade atual. É essencial que os médicos estejam preparados para lidar e direcionar adequadamente esse tipo de atendimento. Este tema foi discutido no Congresso Internacional de Obesidade 2024, destacando a importância de estratégias eficazes para enfrentar esses desafios.

    Resumo da Palestra 

    Dr. Táki Athanássios Cordáz compartilhou sua vasta experiência no AMBULIM, ambulatório especializado em transtornos alimentares do Instituto de Psiquiatria da USP. Ele citou o trabalho de Méier e Gray (2014), que estudou meninas de 12-18 anos e observou que maior exposição nas redes sociais e tempo de tela estão associados a uma maior necessidade de ser magro e maior insatisfação corporal. Meninas que passam mais de 3-4 horas diárias na frente de telas têm um risco significativamente aumentado de desenvolver distúrbios alimentares, com a média atual sendo de 7-8 horas diárias para aquelas com anorexia ou bulimia. Estudos mostram que jovens de 12-18 anos que tiram mais “selfies” estão mais predispostas a desenvolver restrições alimentares específicas.

    Dr. Cordáz também abordou o estigma relacionado à obesidade. O estudo ACTION TEENS revelou que a principal fonte de informação sobre obesidade e emagrecimento para os jovens é o YouTube, e não médicos ou profissionais de saúde, conforme publicado na Pediatric Obesity 2022. Ele destacou a deterioração da leitura entre adolescentes, com hábitos de leitura cada vez mais baixos, aumentando a falta de empatia e a alexitimia, que é a dificuldade de lidar com os próprios sentimentos.

    Qual o Impacto na Prática? 

    A busca incessante por um corpo perfeito e magro está exacerbando distúrbios psíquicos, resultando em maiores taxas de ansiedade e depressão entre os jovens, aliados a restrições alimentares específicas que culminam em casos graves de anorexia e bulimia. A abordagem multidisciplinar é fundamental nesses casos, incluindo acompanhamento psicológico, nutricional e médico, muitas vezes necessitando de tratamento medicamentoso. A conscientização sobre os efeitos nocivos do tempo excessivo de tela e a promoção de hábitos saudáveis são essenciais para prevenir e tratar esses distúrbios.

    Texto elaborado por: Dr. Frederico Maia, Endocrinologista, pós-doc pela UNICAMP


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ico-2024-midias-sociais-e-disturbios-alimentares-em-jovens-congresso-internacional-de-obesidade


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