Qual o Contexto?

Estratégias de prevenção cardiovascular são guiadas por escores de risco cuja validação é desconhecida em pacientes oncológicos. Por isso, foi realizada essa análise da coorte prospectiva UK Biobank, que mostrou que os escores de risco cardiovascular existentes possuem acurácia preditiva inferior em pacientes sobreviventes de câncer em comparação com aqueles que não tiveram câncer.

Como o Estudo Foi Feito?

A performance preditiva de 7 escores - QRISK3, SCORE2/SCORE-OP, Escore de Framingham, PCP-HF, CHARGE-AF, QStroke e CHADSVASC (agora, redefinido como CHADSVA) – foi calculada em pacientes com e sem história de câncer (31.534 e 126.136, respectivamente). Eventos cardiovasculares incidentes foram rastreados por meio da vinculação de registros de saúde ao longo de 10 anos de acompanhamento. Pacientes com história de câncer apresentaram menores valores de área sob a curva (AUC) em todas as pontuações de risco e desfechos cardiovasculares, em comparação com aqueles sem histórico de câncer. Isso indica uma redução significativa na capacidade discriminativa dos escores de risco para prever eventos cardiovasculares nessa população.

Qual o Impacto na Prática?

Dada a menor precisão de escores de predição de risco cardiovascular em pacientes com história de câncer, é fundamental refinar a estratificação de risco com ferramentas de imagem, como escore de cálcio coronariano (dependendo da idade e sintomas cardiovasculares do paciente) ou doppler de carótidas (para avaliação de espessura médio intimal), para possibilitar uma melhor estratificação cardiovascular e implementação das terapias recomendadas pelos guidelines.