ERA 2024 - Perspectivas de CAR-T Cell na Reumatologia
25 de junho de 2024
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O uso de células CAR-T representa um novo panorama de possibilidades na Reumatologia, com resultados iniciais promissores nas terapias alvo-específicas. No Encontro de Reumatologia Avançada 2024, Dr. Diego Cle (Faculdade de Medicina USP Ribeirão Preto) discutiu o tema em profundidade.
As células CAR-T são linfócitos T modificados com receptores quiméricos de antígeno, capazes de reconhecer um alvo sem necessidade de interação com MHC, promovendo a liberação de citocinas e a apoptose celular. Inicialmente, o receptor foi desenvolvido contra o CD19 para uso em neoplasias originadas dos linfócitos B, com dados iniciais também em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). O processo envolve coleta celular por leucocitoaférese, linfodepleção do paciente, e após a produção celular, a infusão única das células CAR-T. Atualmente, estão sendo estudadas também em miopatias inflamatórias, observando-se um aumento de células T de memória e a possibilidade de reativação da doença. Complicações possíveis incluem a síndrome de liberação de citocinas, ocorrendo em 42-93% dos casos, relacionada à ativação de Interferon-y e TNF, tratada com corticoides e anti-IL6. Dados oncológicos comparativos mostram menor gravidade em pacientes reumatológicos, possivelmente pela menor expressão de linfócitos B. Outra complicação é a síndrome de neurotoxicidade associada a células efetoras imunes (ICANS), que inclui alterações motoras, de consciência, comportamentais, convulsões e até coma, ocorrendo em 2-70% dos casos. A síndrome é tratada com corticoides e anti-IL1, não com tocilizumabe, devido à sua baixa penetração na barreira hematoencefálica.
A terapia com células CAR-T oferece a possibilidade de reconstituição do padrão de células B, com longos períodos de remissão sustentada sem necessidade de medicações contínuas, ou mesmo cura, sem afetar células de memória e resposta vacinal. A incidência de complicações é baixa, e a recuperação imune é rápida, ocorrendo em cerca de 100 dias. Os limitadores atuais incluem o custo elevado, necessidade de linfodepleção, curto acompanhamento dos efeitos a longo prazo e o risco de reativação da doença.
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Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/era-2024-perspectivas-de-car-t-cell-na-reumatologia
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