ERA 2024 - Obesidade e Massa Óssea: Desafios e Perspectivas
02 de julho de 2024
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Embora esteja associada a uma maior densidade mineral óssea, o sobrepeso e a obesidade têm uma relação complexa com a saúde óssea, comprometendo a qualidade do osso e aumentando o risco de fraturas não vertebrais em ossos longos. Dr. Marcelo Pinheiro abordou essas complexidades durante sua palestra no Encontro de Reumatologia Avançada 2024.
Apesar do aumento da densidade óssea em indivíduos obesos, a qualidade óssea é comprometida devido à maior trabeculação do osso cortical. Nesse sentido, o uso de ferramentas que avaliam a qualidade óssea, como o TBS (Trabecular Bone Score) e a HR-pQCT (High-Resolution Peripheral Quantitative Computed Tomography), pode ajudar na avaliação do risco de fratura. Em pacientes obesos, há um risco aumentado de fraturas não vertebrais em membros inferiores, como tornozelos, fato explicado por alterações na marcha, com alargamento da base de apoio, favorecendo entorses. Por outro lado, a obesidade pode ser um fator protetor para fraturas de quadril, provavelmente relacionado ao maior coxim adiposo na região, protegendo do impacto de quedas.
Além disso, um dos fatores associados à maior fragilidade óssea nesses pacientes é a deficiência de vitamina D. Esse risco é aumentado em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, que pode levar à má absorção e, consequentemente, à diminuição dos níveis de 25(OH)D e cálcio, potencialmente seguida de hiperparatireoidismo secundário. Portanto, é importante monitorar constantemente os exames do metabolismo ósseo e, quando necessário, fazer a reposição adequada. Doses mais elevadas de vitamina D podem ser necessárias, incluindo a possibilidade do uso de calcifediol (vitamina D ativa) e as formas injetáveis de vitamina D.
Nos pacientes obesos, associar o TBS à densitometria usual ajudará a predizer melhor o risco de fratura, já que a densidade óssea pode ser normal. Além disso, é crucial monitorar constantemente os exames do metabolismo ósseo, especialmente nos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Dessa forma, garantir uma reposição adequada de vitamina D e cálcio é fundamental para prevenir complicações ósseas nesses pacientes.
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Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
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