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    EndoSociety 2024 -Vitamina D para Prevenção de Doenças: Guideline Prático da Endocrino Society

    04 de junho de 2024

    5 minutos de leitura

    CONTEXTO: 

    A deficiência de vitamina D está associada a risco de raquitismo osteomalácia e hipocalcemia. Estudos observacionais populacionais mostram que níveis mais baixos de vitamina D estão associados com eventos indesejáveis como câncer, infecção, fraturas, aumento de mortalidade e doença cardiovascular. Porém, ainda não está claro se a suplementação de vitamina D reduz esses riscos. 

    RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES: 

    Foram apresentadas 14 recomendações.

    Recomendação 1: crianças da idade de 1 a 18 anos
    - Sugerimos a suplementação empírica de vitamina D para prevenção do raquitismo nutricional e potencialmente para diminuir o risco de infecções do trato respiratório. A vitamina D empírica deve incluir a ingestão diária de alimentos fortificados com formulações vitamínicas que contenham vitamina D, ou em ingestão diária de suplementos de vitamina D. 
    - Justificativa: importância da prevenção de raquitismo e infecções do trato respiratório; custo efetividade de prevenção do raquitismo; ainda há incerteza sobre a dose ótima.

    Recomendação 2: 
    - na população adulta geral com menos de 50 anos não gestantes não é recomendado suplementação empírica de vitamina D.
    - Justificativa: essa recomendação se relaciona a suplementação empírica de vitamina D que excede a ingestão diária de referência de 600 U por dia.

    Recomendação 3: 
    - não é recomendado dosar vitamina D na população geral adulta com menos de 50 anos. 
    - Justificativa: nessa população os níveis de vitamina D que promovem benefícios específicos não foram estabelecidos em grandes trials. Não é recomendado screening de rotina de níveis de vitamina D para guiarem a decisão de fazer ou não a vitamina D e dosagens de seguimento dos níveis. Essa recomendação se relaciona adultos saudáveis e não aqueles que tenham indicação de testar a vitamina D, como por exemplo na hipocalcemia. Contudo recomenda-se a avaliação dos níveis de vitamina D em populações de risco.

    Recomendação 4:
    - adultos entre 50 e 74 anos não é recomendado suplementação de rotina da vitamina D
    - Justificativa: essa recomendação se relaciona à suplementação empírica de vitamina D que excede a dose recomendada aos adultos - 600 U diárias para aqueles de 50 a 70 anos; 800 U diária para aqueles com mais de 70 anos

    Recomendação 5:
    - na população geral de 50 a 74 anos não é recomendado dosagem de rotina da vitamina D
    - Justificativa: Não é recomendado screening de rotina de níveis de vitamina D para guiarem a decisão de fazer ou não a vitamina D e dosagens de seguimento dos níveis. Essa recomendação se relaciona adultos saudáveis e não aqueles que tenham indicação de testar a vitamina D como por exemplo na hipocalcemia

    Recomendação 6:
    - adultos com 75 anos ou mais: na população geral dessa faixa etária é  sugerido a suplementação empírica de vitamina D por causa do potencial de redução do risco de mortalidade. Essa suplementação empírica deve incluir a ingestão diária de alimentos fortificados formulações e vitaminas que contém vitamina D ou a ingestão diária de suplementação de vitamina D 
    - Justificativa: para suplementação empírica diária menores doses diárias de vitamina D são preferidas em relação à altas doses não diárias

    Recomendação 7: 
    - na população geral de 75 anos ou não recomenda-se dosagem de vitamina D 
    - Justificativa: nessa população os níveis de vitamina D que promovem benefícios não foram bem estabelecidos nos trials clínicos

    Recomendação 8: gestação
    - é recomendado suplementação empírica de vitamina D durante a gestação dado o potencial de diminuição do risco de pré eclampsia, mortalidade intra uterina, nascimento pré termo, baixo peso para idade gestacional  e mortalidade neonatal. A dose estudada foi de 600 a 5000 U diária devendo ser fornecido diariamente ou semanalmente com uma média de 2500 U por dia. 
    - Justificativa: a dependência do bebê dos níveis de vitamina D maternos; alta prevalência de gestantes com níveis de vitamina D menores que 30 a 50; maior incidência de crises convulsivas por hipocalcemia cardiomiopatia e raquitismo neonatal em bebês de gestantes  com níveis de vit D < 25- 30; níveis maternos de vitamina D menor que 20 ficaram se tiveram associados com eventos hipertensivos na gestante nascimento pré termo e e restrição ao crescimento fetal. Essas recomendações são baseadas em evidências de trials conduzidos com gestantes saudáveis devem incluir ingestão diária de alimentos fortificados, polivitaminicos  que contém vitamina D e suplementos de vitamina D em pílulas ou gotas. 

    Recomendação 9:  
    - durante a gestação não é recomendado testar de rotina os níveis de vitamina D 
    - Justificativa: nessa população os níveis de vitamina D que fornecem os melhores benefícios e não foram estabelecidos

    Recomendação 10:
    - adultos com pré diabetes pelos critérios de glicemia ou com alto risco de pré diabetes em adição as modificações de estilo de vida é recomendada a suplementação empírica de vitamina D para reduzir o risco de progressão para diabetes. Nos trials a dose média estimada foi de 3500 U por dia. Os participantes de alguns trials foram mantidos com seus suplementos de rotina acima de 1000 U por dia. As modificações de estilo de vida devem fazer parte da rotina de manejo destes adultos.
    - Justificativa: potencial benefício sem efeito adverso o mínimo, sendo necessário trials controlados e economizados para estabelecer os alvos  mais precisos de vitamina D a serem alcançados, assim como também os estudos direcionados a pacientes com diabetes tipo um de início recente

    Recomendação 11: 
    - em adultos com 50 anos ou mais em que indicamos a suplementação o tratamento com vitamina D é recomendado o uso de vitamina D em doses mais baixas diariamente ao invés de doses mais altas não diárias

    Recomendação 12: 
    - em adultos saudáveis nós sugerimos contra dosagem de rotina dos níveis de vitamina D. Essa recomendação se relaciona a adultos que não tenham indicações estabelecidas para testar a vitamina D como por exemplo  na hipocalcemia 
    - Justificativa: não há níveis exatos de vitamina D que promovam benefícios estabelecidos nos trials clínicos 

    Recomendação 13:
    - adultos com pele escura: não recomenda-se screening de rotina de níveis de vitamina D 
    - Justificativa: o painel não identificou trials clínicos que tenham relacionado eventos clínicos ligados a cor da pele. Uma análise secundária não sugeriu claramente nenhum benefício da vitamina D para quem se identifica como negro

    Recomendação 14: 
    - em adultos com obesidade não recomenda-se o screening de rotina dos níveis de vitamina D
    - Justificativa: em adultos com obesidade os níveis de vitamina D que fornecem benefícios não foram estabelecidos nos trials clínicos. Essa recomendação é para adultos saudáveis com obesidade.

    O QUE MUDA NA PRÁTICA:

    A dosagem e suplementação de Vitamina D é um tema polêmico no mundo da Endocrinologia. O Guideline apresentado tentou estruturar as recomendações, apesar de também ser polêmico e ter recebido críticas. A grande mensagem é que não recomenda-se dosar ou suplementar empiricamente vitamina D em pacientes adultos, entre 18-74 anos, saudáveis. Recomenda-se a suplementação empírica em crianças entre 1-18 anos para evitar raquitismo e em pacientes com pré-diabetes, sempre associado à mudanças no estilo de vida.


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/endosociety-2024-vitamina-d-para-prevencao-de-doencas-guideline-pratico-da-endocrino-society


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