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    EndoSociety 2024 - Insuficiência adrenal relacionada ao uso de glicocorticóides: Um guideline clínico conjunto da Endocrine Society e a Sociedade Europeia de Endocrinologia

    02 de junho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o contexto?

    O uso de glicocorticóides é a principal causa secundária de insuficiência adrenal. A supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é um efeito inevitável da terapia e a recuperação da função adrenal varia muito entre indivíduos. Neste guideline, foram reunidas recomendações para o manejo dessa condição.

    Como o estudo foi feito?

    • Pacientes em desmame de glicocorticóides devido a condições não endócrinas, em geral, não necessitam de seguimento com o endocrinologista. Pacientes devem ser educados e ter acesso a informações quanto ao uso da medicação. 
    • Uso de glicocorticóides por menos de 3-4 semanas não necessita de desmame, independente da dose.
    • Doses que tem risco de desenvolvimento de insuficiência adrenal: qualquer dose maior que o equivalente a 15-25 mg de hidrocortisona ou 4-6 mg de prednisona/prednisolona ou 3-5 mg de metilprednisolona ou 0,25-0,5 mg de dexametasona por dia.
    • Pacientes com sinais ou sintomas de síndrome de Cushing devem ser considerados como portadores de insuficiência adrenal relacionada a medicação.
    • O desmame de glicocorticóides deve ser tentado apenas se a doença de base que motivou o uso da medicação estiver controlada. A medicação deve ser desmamada até a dose fisiológica diária (aproximadamente 5mg de prednisona). 
    • Durante o desmame, podem surgir sintomas relacionados à retirada da medicação. Nesses casos, a dose pode ser temporariamente aumentada até a última bem tolerada pelo paciente.
    • Não se deve avaliar laboratorialmente a presença de insuficiência adrenal em pacientes em uso de doses suprafisiológicas da medicação.
    • Para o desmame, medicações de longa ação (dexametasona, betametasona) devem ser substituídas por medicações de curta ação (hidrocortisona, prednisona).
    • Após atingir a dose fisiológica diária, pode-se continuar o desmame gradual da medicação e monitorizar de perto a presença de sintomas ou avaliar laboratorialmente o nível de cortisol matinal. O valor do cortisol matinal deve ser considerado como um continuum, com maiores valores indicando maior recuperação do eixo (cortisol < 5 μg/dL = manter dose fisiológica e repetir cortisol matinal em alguns meses; cortisol entre 5 - 10 μg/dL = manter dose fisiológica e repetir cortisol matinal em algumas semanas; cortisol > 10 μg/dL = suspender a medicação).
    • Não é recomendada a realização de testes dinâmicos.
    • Pacientes em acompanhamento do desmame devem ser orientados quanto a dose de estresse da medicação. Se sinais ou sintomas de crise adrenal, o caso deve ser conduzido como tal até a estabilização clínica. 

    Qual o impacto na prática?

    A insuficiência adrenal secundária ao uso de glicocorticóides é uma condição frequente e com complicações potencialmente graves, com estudos em populações distintas, diferentes drogas, doses e tempos de uso da medicação. Apesar do baixo nível de evidência, o guideline pode ajudar a direcionar o manejo clínico.  


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/endosociety-2024-insuficiencia-adrenal-relacionada-ao-uso-de-glicocorticoides-um-guideline-clinico-conjunto-da-endocrine-society-e-a-sociedade-europeia-de-endocrinologia


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