Qual o contexto?

Nódulos tireoidianos são uma condição muito frequente na população e que pode ter manejo desafiador. Para auxiliar nessa prática, será publicado um novo guideline da ATA em 2024. Na palestra, além do draft do novo guideline também foi abordado sobre o que fazer diante de nódulos com atipia de significado indeterminado na PAAF, além de estudos sobre testes moleculares e indicação de vigilância ativa.

Quais as novidades para a classificação da ATA?

A nova classificação da ATA propõe um fluxograma com avaliação inicial da composição do nódulo em sólido, cístico ou não avaliável. Em seguida, se deve avaliar a ecogenicidade. Por fim, avaliar quantas características suspeitas o nódulo apresenta. Os pontos de corte para indicação de PAAF também foram ajustados, considerando um intervalo e não um valor absoluto.

O que fazer diante de uma citologia indeterminada na PAAF? Todas as possibilidades abaixo são possíveis, sem ordem de prioridade entre elas Bethesda III:

• Nódulos com características ultrassonográficas de baixo risco: seguimento com USG
•  Repetir PAAF
•  Teste molecular
•  Segunda opinião na avaliação da citologia
• Indicar cirurgia se: características ultrassonografias de alto risco, crescimento do nódulo, sintomas compressivos, preferência do paciente 

Bethesda IV:

• Teste molecular 
• Segunda opinião na avaliação da citologia
• Indicar cirurgia 

Quais as evidências para o uso de testes moleculares para neoplasia oncocítica?

Estudo randomizado (Raghunathan, 2024. Surgery, 175:221-7) avaliou 136 pacientes que realizaram teste molecular Afirma GSC ou Thyroseq v3 e acompanharam a evolução clínica. O teste Afirma GSC teve um VPP para detecção de neoplasia de 25% e definiu benignidade em 84% dos casos enquanto que o Thyroseq v3 teve um VPP 16% e definiu benignidade em 56%. Houve baixa incidência de câncer entre os pacientes do estudo (6 casos).

O que está por vir sobre a vigilância ativa?

Novos estudos em andamento estão avaliando a possibilidade de vigilância ativa para nódulos tireoidianos de até 1,5 a 2 cm.

Qual o impacto na prática?

A classificação da ATA será mais complexa em relação a versão anterior, porém incluiu tipos de nódulos que não eram contemplados previamente. São mudanças emergentes e devemos aguardar a publicação oficial para ajustar a nossa prática clínica. Os testes moleculares podem ser aplicados também para pacientes com neoplasia oncocítica. Novos estudos podem ampliar no futuro as indicações para vigilância ativa.

Palestrante:

 Jennifer Anne Sipos, MD. 

Ohio State University, Columbus, OH, USA