• Home

    Eficácia do Tocilizumabe em Artrite Reumatoide Ativa Moderada a Severa e Resposta Inadequada a DMARD

    05 de setembro de 2024

    5 minutos de leitura

    Colaborador:

     João Lucas Rangel 

    Pergunta:

    • O tocilizumabe é eficaz na redução de sinais e sintomas de pacientes com artrite reumatoide ativa refratária?

    Background:

    A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica na qual muitos pacientes não respondem adequadamente ao tratamento padrão com  medicações modificadoras de curso de doença (MMCD). Portanto, o estudo ROSE (Rapid Onset and Systemic Efficacy) foi conduzido para avaliar a eficácia e segurança do tocilizumabe, um anticorpo monoclonal anti-IL-6, em pacientes com artrite reumatoide (AR) moderada a grave que não respondem adequadamente a outros tratamentos antirreumáticos. 

    Desenho do Estudo:

    • Ensaio clínico randomizado

    • Multicêntrico, duplo-cego e controlado por placebo

    • Duração de 24 semanas 

    • Randomização 2:1 para intervenção (tocilizumab 8 mg/kg) ou placebo

    População:

    • Pacientes com artrite reumatóide em atividade com falha de tratamento atual

    Critérios de Inclusão:

    •  Diagnóstico de AR por ao menos 6 meses 

    •  Falha ao tratamento atual 

    •  6 ou mais articulações edemaciadas + 6 ou mais articulações dolorosas + PCR superior à 95.24 nmol/L OU VHS superior à 28 mm/h

    • Dose de MMCDs estáveis por ao menos 7 semanas antes da randomização 

    • Dose de AINE ou corticoide sistêmico estáveis durante o estudo

    Critérios de Exclusão:

    • Não foram citados os critérios de exclusão

    Intervenção:

    • Tocilizumabe 8mg/kg em infusão endovenosa a cada 4 semanas por 24 semanas 

    Controle:

    • Placebo intravenoso a cada 4 semanas

    Outros Tratamentos e Definições:

    • Ambos grupos mantiveram MMCDs em uso prévio e AINE/corticoide sistêmico prévias em dose estável 

    • Outras medicações modificadoras de curso de doença biológicas (MMCDbio) foram suspensas

    Desfechos:

    • Primário: proporção de pacientes que alcançaram ACR50 na semana 24 de tratamento

    • Secundários: proporção de pacientes que alcançaram ACR20 (redução de 20% nos sinais e sintomas da AR); proporção de pacientes que alcançaram  ACR70 (redução de 70% nos sinais e sintomas da AR); redução de VHS; redução de DAS28. No sétimo dia foi feita uma subanálise de resposta com 66 pacientes com PCR superior a 95,24 mmol/L. 

    Características dos Pacientes:

     

    Masculino (19.1% Masculino)Feminino (80.9% Feminino)
    Masculino
    Feminino

     

    • Idade média: 55 anos

    • Média de 8,5 anos desde o diagnóstico

    • DAS28 médio de 6,5

    • Intervenção (N=409) x Placebo (N=205)

    • Etnia branca: 80.2 % x 82.9%

    • Uso prévio de Anti-TNF: 37,9% x 38%

    Resultados:

    • A proporção de pacientes que atingiram ACR50 na semana 24 foi significativamente maior no grupo tocilizumabe (30,1%) comparado ao grupo placebo (11,2%; p<0,0001).

    • A proporção de pacientes que atingiram ACR20 e ACR50 foi significativamente maior no grupo tocilizumabe em todas as avaliações desde a semana 4 até a semana 24.

    • A proporção de pacientes que atingiram ACR70 foi significativamente maior no grupo tocilizumabe a partir da semana 8 e em todos os momentos subsequentes.

    • 87,9% dos pacientes no grupo tocilizumabe alcançaram uma diminuição clinicamente significativa no DAS28 (≥1,2 pontos) na semana 24, em comparação com 53,4% no grupo placebo (p<0,0001).

    • No sétimo dia houve superioridade estatisticamente significativa entre os grupos na avaliação de PCR,VHS, avaliação global do paciente sobre atividade de doença e avaliação de dor. Não houve diferença significativa no número de articulações edemaciadas e/ou dolorosas.

    • Infecções graves ocorreram em 12 pacientes no grupo tocilizumabe (7,87 por 100 pacientes-ano, IC 95%: 4,30 a 13,2) e em 1 paciente no grupo placebo (1,20 por 100 pacientes-ano, IC 95%: 0,03 a 6,66).

    • Os eventos adversos mais comuns que levaram à interrupção do tratamento no grupo tocilizumabe foram celulite (n=2), infecção por estafilococos (n=2) e testes de função hepática anormais (n=2).

    • 27.9% dos pacientes no grupo tocilizumab e 4% no placebo apresentaram neutropenia. 

    • A elevação de lipídios foi observada no grupo tocilizumab e não no grupo placebo. 

    Conclusões:

    • Tocilizumabe é superior ao placebo na redução de sinais e sintomas de pacientes com artrite reumatoide em atividade de doença com falha no tratamento prévio.

    Pontos Fortes:

    • Estudo controlado e randomizado: a randomização e o controle ajudam a minimizar vieses e a garantir a validade dos resultados.

    • Uso de tratamento de base contínuo: o estudo permitiu que os pacientes continuassem com seus DMARDs e AINEs/corticosteroides sistêmicos, simulando de forma mais realista um cenário de "mundo real" em que novas terapias são adicionadas ao tratamento padrão existente.

    • Segurança e eficácia avaliadas: o estudo considerou tanto os benefícios clínicos quanto os potenciais efeitos colaterais do tratamento.

    Pontos Fracos:

    • Duração relativamente curta do estudo: período de acompanhamento curto para avaliar a eficácia e segurança a longo prazo.

    • Poucos pacientes com falhas à múltiplas drogas: a média de MMCD (incluindo anti-TNF) prévios foi menor que dois em ambos os grupos, o que limita a generalização dos resultados para pacientes com histórico de falha a múltiplas drogas.

    Estudo antigo que não detalha pontos importantes da metodologia como critérios de exclusão e cálculo amostral.


    Autor do conteúdo

    Marcos Jacinto


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/eficacia-do-tocilizumabe-em-artrite-reumatoide-ativa-moderada-a-severa-e-resposta-inadequada-a-dmard


    Compartilhe

    Portal de Conteúdos MEDCode

    Home

    Copyright © 2024 Portal de Conteúdos MEDCode. Todos os direitos reservados.